quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Brasil tem hoje deficit de 200 mil vagas no sistema prisional

Presídios (Foto: Arte/G1)
O Brasil tem hoje um deficit de 200 mil vagas no sistema penitenciário. Um levantamento feito peloG1 com os governos dos 26 estados e do Distrito Federal mostra que a população carcerária atual é de 563.723 presos. Só há, no entanto, 363.520 mil vagas nas unidades prisionais do país.
O número de presos é mais de quatro vezes o registrado há 20 anos. Atualmente, há 280 detentos por 100 mil habitantes. Em 1993, a proporção era de 85 para cada 100 mil.
Os dados obtidos pela reportagem são os mais atualizados disponíveis, referentes ao fim de 2013 e ao início de 2014. O Ministério da Justiça, por exemplo, só tem os relativos a 2012. Na comparação, é possível constatar, em um ano, o aumento de quase 14 mil presos.
Nesta semana, a Justiça determinou que o governo do Maranhão construa, no prazo de 60 dias, novos estabelecimentos prisionais em conformidade com os padrões previstos nas normas jurídicas, sobretudo nas cidades do interior do estado. A governadora Roseana Sarney prometeu criar 2,8 mil vagas no sistema carcerário do Maranhão e disse não ver necessidade de uma intervenção federal.A superpopulação carcerária é um dos motivos apontados para o caos no sistema prisional doMaranhão. O estado, que tem um deficit de 1,2 mil vagas, vive uma onda de ataques a ônibus e delegacias após ordens que partiram de dentro do Complexo de Pedrinhas, em São Luís, onde brigas de facções já provocaram mais de 60 mortes desde o ano passado.
São Paulo e o maior deficit do país
O estado de São Paulo é o que possui o maior deficit carcerário do país. Com 206,9 mil presos e 123,4 mil vagas, há uma sobrecarga de 83,5 mil detentos. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) do estado, o aumento da população nas prisões é resultado do combate ao crime feito pela "polícia que mais prende no Brasil".

Detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão falam com uma comitiva de senadores da Comissão de Direitos Humanos nesta segunda-feira (13). (Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo)
A SAP diz, ainda, que possui um plano de expansão dos presídios paulistas, mas que muitos municípios têm dificultado a implantação das unidades. Leia mais.
Por causa de São Paulo, o Sudeste concentra 55% do deficit prisional do país – faltam 110,1 mil vagas na região. O Nordeste vem em segundo lugar, com 38,8 mil vagas a menos que o necessário, seguida pelo Centro-Oeste (19,6 mil), pelo Norte (16,2 mil) e pelo Sul (15,3 mil).
Para tentar lidar com o "boom" de presidiários, quase todos os estados brasileiros têm criado mais vagas nas penitenciárias. Em um ano, foram implantadas 42,2 mil novos lugares, de acordo com o levantamento feito pelo G1. Em apenas dois estados, o número permaneceu o mesmo (Piauí e Roraima) e só em três houve diminuição (Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pernambuco).
No Espírito Santo, o governo diz que a expectativa é zerar o deficit de 1,8 mil vagas até dezembro de 2014, com a construção de mais oito unidades prisionais e a criação de 2.892 novas vagas. O custo estimado dos projetos é de R$ 85,5 milhões.
Em Mato Grosso do Sul, que tem quase 6 mil presos a mais que sua capacidade, estão em fase final de projeto três unidades penais em Campo Grande. No interior, duas penitenciárias estão sendo ampliadas: a de Brilhante a de Corumbá. Um estabelecimento penal de regime semiaberto em Dourados também está em obras.
No Pará, segundo o último relatório estatístico, com dados de 2013, há dez unidades prisionais em construção. A estimativa do governo é que o estado termine 2014 com 3 mil novas vagas. Com 11,6 mil detentos e 7,4 mil lugares nas prisões, o Pará tem um deficit atual de 4,2 mil vagas no sistema penitenciário.
A maioria dos estados consultados também diz ter planos de construir mais unidades prisionais. Para o coordenador nacional da Pastoral Carcerária, padre Valdir João Silveira, esse não é o caminho.
"Nenhum estado que construiu mais presídios está dando conta do deficit de vagas. O que é preciso que ocorra é o que está na lei. Isto é, os presos que aguardam julgamento devem ser julgados no tempo certo e os que estão no semiaberto não devem ficar no fechado. Hoje, 40% dos detentos estão aguardando julgamento. A culpa não é só do Executivo, mas do Judiciário, que tem a obrigação de fiscalizar e acompanhar o sistema prisional. Se [a situação] está como está, é porque não foi feito esse trabalho", analisa.
Durante a rebelião, fumaça era vista saindo do prédio (Foto: Reprodução / TV TEM)
Além disso, segundo Silveira, em muitos casos não é dada a devida possibilidade de defesa aos detentos, o que faz inchar o número de pessoas nas prisões.
"Grande parte dos presos depende da Defensoria Pública ou de advogados conveniados do Estado. E aí é fácil entender por que tantos presos com pequenos delitos são condenados. Eles só conhecem seu defensor na hora do julgamento em boa parte das vezes. É um absurdo. A qualidade da defesa fica comprometida", aponta.
O coordenador da Pastoral diz que "o sistema prisional nunca cumpriu o que está na lei, que é ressocializar" o indivíduo.
"Para recuperar os presos, devia haver um grande quadro técnico, com psicólogos, assistentes sociais, pedagogos. Isso não existe. Basta ver também o índice de detentos que estudam ou trabalham. Hoje, a pessoa é jogada no presídio e depois esquecem dela. E a superlotação faz com que haja problemas em um lugar feito para determinado número de pessoas. Isso porque o número de presos aumenta, mas não aumentam os funcionários. O material de higiene e toda a demanda também não acompanham", destaca Silveira.
VEJA A LISTA DOS NÚMEROS DE DETENTOS E VAGAS POR ESTADO (balanço mais recente divulgado pelos governos)
Estado      Detentos      Vagas 
AC              4.379             2.381           
AL               5.195             2.615
AP               2.436            1.138
AM              8.500             3.880
BA             11.470             8.347
CE            19.392            15.602
DF             12.422             6.719
ES             15.187           13.340
GO            17.000           13.000
MA              4.663             3.421
MT             10.121            6.038
MS             12.306           6.446
MG             49.431        31.487
PA              11.612           7.451
PB               9.040           5.600
PR              28.027        24.209
PE              29.967        10.500
PI                 3.155           2.238
RJ              33.900        27.069
RN              6.700           4.200
RS             28.046        22.407
RO              7.840           4.928
RR              1.586           1.106
SC             17.200        11.300
SP           206.954      123.448
SE               4.300          2.500
TO               2.894          2.150

G1

'É um alívio levá-la para casa', diz pai de menina vítima de ataque a ônibus

"É um alívio estar levando ela para casa agora. Vou curtir esse momento mais um pouco". Essas foram as palavras de Jackson David Castro, pai da pequena Lorrane Beatriz Santos, de apenas um ano e cinco meses, após a alta hospitalar da menina.

Lorrane é uma das cinco vítimas dos ataques a ônibus ocorridos no último dia 3 em São Luís. Ela é irmã de Ana Clara, de 6 anos, que teve mais de 90% do corpo queimado e não resistiu. A mãe das duas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, que teve 40% do corpo queimado no ataque, foi transferida para um hospital especializado em queimados, em Brasília.

Para a irmã de Juliane, Gerciane Carvalho, a alta hospitalar da sobrinha é um momento de alegria após tanto sofrimento na família. "Está tudo bem com ela. Ela traz muita alegria para a gente. Sorri o tempo todo. Ela não tem noção do que está acontecendo, mas nós estamos felizes", disse.

Outras vítimas
Além da mãe e das duas filhas, ficou ferido no atentado o entregador de frangos Márcio da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado. Ele foi transferido do Hospital Geral de Goiânia (HGG) para o Hospital de Queimaduras na tarde de segunda-feira. O deslocamento ocorreu horas depois que Márcio passou por uma segunda operação para tratar os ferimentos.

Nesta quarta-feira (15), o Hospital de Queimaduras informou que o quadro de Márcio permanece grave e que ele respira com a ajuda de aparelhos. Uma nova cirurgia deve ser realizada para retirada do tecido morto, mas o hospital ainda não marcou a nova data.

De acordo com a Secretaria de Saúde doMaranhão, a operadora de caixa Abiancy Silva, de 35 anos, que teve 10% do corpo queimado no ataque, com queimaduras no braço direito e no abdômen, ainda não tem previsão de alta, mas está fora de perigo.

Onda de ataques
No dia 3 deste mês, uma onda de ataques foi iniciada na capital maranhense, deflagrada de dentro do presídio, que resultou em quatro ônibus incendiados, duas delegacias alvejadas e cinco pessoas com queimaduras. Até agora, 22 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento nos ataques, entre elas seis menores.
G1
 

'Se precisar, vão aplicar a força', diz Grella sobre PMs em 'rolezinhos'

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira (Foto: Reprodução / EPTV)
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP), Fernando Grella Vieira, defendeu nesta terça-feira (14) o uso da força por policiais militares em caso de tumulto nos chamados “rolezinhos”, encontros marcados por jovens pela internet, principalmente em shoppings da capital. A Corregedoria da PM apura a ocorrência de possíveis excessos por parte dos policiais durante evento no Shopping Itaquera, no último fim de semana.

“Se houver necessidade e precisar aplicar a força, ela [a PM] vai fazer”, afirmou o secretário durante visita a Campinas, onde esteve para acompanhar a investigação dos 12 assassinatos em série cometidos na cidade e cuja autoria é imputada por algumas testemunhas a policiais militares.

Grella foi categórico ao afirmar que não cabe à polícia fiscalizar os centros de compras, mas assegurou que a corporação estará a postos caso seja acionada. “A função da policia é manter a ordem. Não é papel dela fiscalizar shopping. Mas se houver risco iminente ou se for acionada, aí sim, passa a atuar”, falou.
Abuso
Imagens gravadas por frequentadores do Shopping Itaquera mostram um policial militar agredindo com um cassetete jovens que supostamente participavam do "rolezinho" no centro de compras. É possível ouvir barulho de explosões dentro do estabelecimento. A PM negou a utilização deste tipo de artefato.

Em comunicado divulgado nesta segunda (13), a PM afirmou  que, "como os episódios atuais indicam uma forte potencialidade de problemas de segurança, a Instituição está atenta às movimentações de grupos e também tem monitorado as redes sociais para identificar possíveis focos de problemas".
O que são os "rolezinhos"?
Desde o fim de 2013, jovens têm organizado encontros pelas redes sociais, principalmente, em shoppings da capital paulista e da Grande São Paulo. Os eventos ficaram conhecidos como "rolezinhos". A primeira iniciativa a ganhar repercussão aconteceu no Shopping Metrô Itaquera, Zona Leste de São Paulo, em 8 dezembro.  Algumas lojas fecharam com medo de saques e o centro comercial encerrou o expediente mais cedo.
Este tipo de encontro em lugares públicos-privados não é propriamente uma novidade em São Paulo. E não começaram especificamente no ano passado. Estacionamentos de supermercados e postos de gasolina também são corriqueiramente ocupados nas noites e madrugadas aos finais de semana por um grupo que quer se fazer ouvir – ou apenas se divertir - independentemente do estilo musical que entoa.
Rolé proibido
Na sexta-feira (10), a juíza Daniella Carla Russo Greco de Lemos concedeu liminar impedindo o "rolezinho" no Shopping Itaquera e estipulando multa de R$ 10 mil para os jovens que desrespeitassem a decisão.

Em seu despacho, ela aponta que a Constituição prevê direito à livre manifestação, mas que ela deve ser exercida com limites. "A Constituição Federal de 1988 estabeleceu diversas garantias fundamentais em seu art. 5º. Entre elas a da livre manifestação, o direito de propriedade, a liberdade do trabalho. O art. 6º, garante, ainda, como direito social, a segurança pública, o lazer, dentre outros. O direito à livre manifestação está previsto na Constituição Federal", afirma a juíza.
G1

'Foi chocante', afirma fotógrafo que registrou raio matando turista

Fotógrafo mostra ponto onde estava no momento em que raio atingiu turista em Guarujá (Foto: Reprodução / TV Tribuna)
O repórter fotográfico do jornal "A Tribuna" Rogério Soares, responsável por registrar o exato momento em que uma turista foi atingida por um raio, no fim da tarde de segunda-feira (13), em uma praia de Guarujá, no litoral de São Paulo, afirma que ficou "chocado" quando analisou a câmera e observou a imagem que havia feito.
"Eu estava na praia, quando começou a chover, e voltei para o carro. Pensei em ir até o fim da praia, e me chamou a atenção o pessoal que continuou no local mesmo com a chuva. Por isso, comecei a fazer a sequência de fotos", lembra ele, que trabalha na área há 21 anos.Soares conta que estava tirando fotos do movimento de pessoas durante a semana na praia da Enseada. Pouco tempo depois, começou a chover e cair muitos raios.
Na hora da descarga elétrica, o repórter fotográfico diz ter se assustado por causa do barulho do trovão e do clarão causado pelo raio. Segundo ele, só depois de algum tempo foi possível perceber que havia flagrado o momento em que a turista foi atingida. "A gente acha que já viu tudo e vê uma vida indo embora assim. Foi chocante", destaca.
Essa não foi a primeira vez em que Soares presenciou acidentes com raios no local. Em janeiro de 2012, ele participou da cobertura jornalística da morte de um menino de 13 anos, também vítima de uma descarga elétrica.
"Eu sabia que lá caíam muitos raios e, quando vi o pessoal na areia com uma caminhonete, comecei a registrar a cena", revela.
Soares deseja agora que situações como essa não se repitam. "Espero que essa foto ofereça um tipo alerta para as pessoas, porque todos sabem que é perigoso estar na praia com esse tempo", afirma.
Para o repórter fotográfico, o incidente fará com que ele fique mais atento nas próximas vezes em que estiver trabalhando. "A gente sabe que esses casos são perigosos. Eu estava abrigado dentro do carro, mas gera um tipo de receio para as próximas vezes que eu estiver fotografando", ressalta.
Morte
Moradora de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, a turista Rosângela Biavati, de 36 anos, morreu na segunda-feira após ter sido atingida por uma descarga elétrica na Enseada.

Segundo o marido dela, Leandro Lopes, Rosângela estava na água porque tentava retirar as crianças do mar, exatamente por causa do perigo oferecido pelos raios.
G1

Cantor Giovani chega no fim do enterro da filha em Franca, SP

Cantor Giovani foi amparado por familiares durante o enterro da filha em Franca, SP (Foto: Kelven Melo/Palavra Fácil Comunicação)
O cantor Giovani, da dupla Gian & Giovani, chegou ao Cemitério da Saudade, em Franca (SP), nos minutos finais do enterro da filha, Gessyca Morais, de 21 anos, na manhã desta quarta-feira (15). Sem falar com a imprensa, o músico observou os participantes e, bastante emocionado, foi amparado por familiares. Gessyca morreu em um acidente de carro na madrugada de terça-feira (14), em Osasco, na Grande São Paulo.
Mais de cem pessoas, entre amigos, familiares e fãs da dupla Gian & Giovani participaram do enterro da jovem. A cerimônia também foi acompanhada por famosos como a dupla Rionegro & Solimões e o cantor sertanejo Juliano Cézar.
"Somos amigos das duas famílias [a atual de Giovani e a da ex-mulher dele, mãe de Gessyca] e, nesse momento, temos que dar apoio. A Gessyca era uma criança, e o que aconteceu é uma fatalidade", disse o cantor José Divino Neves, o Rionegro.
Uma nota na página oficial da dupla Gian & Giovani no Facebook agradece a solidariedade dos fãs e pede privacidade. "Neste momento difícil, lidando com a triste notícia do falecimento de sua filha Gessyca Morais, Giovani e sua família gostariam de agradecer a todos pela solidariedade, simpatia, força, mensagens de carinho, amor, fé e esperança."Muito abalada, a mãe da jovem, Laisa Cintra, não se pronunciou. Sem se aproximar da multidão ao redor do corpo da filha, o cantor Giovani também observou de longe o enterro e não deu nenhuma declaração à imprensa, deixando o cemitério após o caixão ter sido colocado no túmulo.
Acidente
O acidente que matou a filha do cantor Giovani aconteceu por volta das 2h, na Avenida Fuad Auada, no bairro de Presidente Altino. Gessyca estava acompanhada dos amigos Pierluigi Patroni Valentim Cruz, de 22 anos, e Felipe Moraes, também de 22. Pierluigi, que dirigia o carro, morreu no local. Felipe ficou gravemente ferido e está internado no Hospital Municipal Antônio Giglio, em Osasco, segundo policiais do 5° Distrito Policial (DP) da cidade.

Amigos e familiares oraram diante do caixão de Gessyca, antes do enterro em Franca (Foto: Márcio Meireles/EPTV)
Testemunhas indicaram aos policiais que os três amigos haviam saído de uma "festa" (em uma padaria e, depois, em um posto de conveniência) em um carro da marca Honda, quando Pierluigi teria perdido o controle da direção e batido em um poste, que se dividiu ao meio. Com o impacto, parte do carro foi parar a 15 metros de distância do local da batida. Segundo um primo de Pierluigi, que não quis se identificar, os três haviam comido uma pizza e depois pegaram o carro.
De acordo com o familiar de Pierluigi, o jovem não bebia, lutava jiu-jítsu e tinha uma luta marcada para a terça-feira. Uma garrafa de cerveja foi encontrada dentro do carro.
Amigos beberam, diz PM
Um policial militar relatou na delegacia que o sobrevivente do acidente, Felipe Morais, disse ainda no local que todos os ocupantes do carro haviam bebido. A informação aparece no boletim de ocorrência registrado no 9° DP de Osasco, ao qual o G1 teve acesso.

Uma amiga de Gessyca, que esteve com o grupo antes do acidente, foi à delegacia e contou que todos foram à Padoca do Anão, em Osasco, e em seguida a um posto de conveniência. A jovem decidiu ir embora, e os outros três continuaram a noite. Segundo a testemunha, Pierluigi havia bebido antes do acidente.
G1

DHPP investiga se locais das mortes foram alterados após execuções

Delegados do DHPP chegam ao complexo da Polícia Civil em Campinas (Foto: Marcello Carvalho/G1)
A Polícia Civil investiga a possibilidade de alterações nos locais onde foram encontrados os 12 corpos dos homicídios em série registrados em Campinas (SP) entre a noite de domingo (12) e a madrugada de segunda-feira (13) nas regiões Oeste e Sudoeste da cidade. A informação é da diretora do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Elisabete Sato.
A diretora disse ainda que estão sendo confrontados os projéteis encontrados nos corpos com os estojos de munições apreendidos  onde as vítimas morreram. “Tem muita coisa para ser feita. O mais importante é que já temos uma visão global do que aconteceu”, explica Elisabete Sato. A policial disse acreditar que até sexta-feira (17) será divulgada a linha principal de investigação dos homicídios em série. As hipóteses apresentadas até agora são: vingança pela morte de um policial militar no domingo  ou conflito entre quadrilhas rivais.
Munição apreendida em local de homicídios em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)
Depoimentos GMs
Elisabete Sato confirmou ainda que entre os depoimentos previstos para esta quarta-feira estão de quatro guardas municipais.  Foram convocados os agentes que atenderam as ocorrências entre domingo e segunda-feira. Até as gravações das chamadas da população foram solicitadas.  O DHPP quer saber ainda se houve demora no atendimento das ocorrências.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Segurança confirmou a ida dos gms, mas não soube informar se eles compareceram ao DP, pois estão em folga.
Depoimentos de policiais militares
Policiais militares que trabalharam nos bairros na noite das mortes também serão convocados a depor. Uma agenda está sendo organizada.

Depoimentos gerais
O delegado seccional interino de Campinas (SP), José Carlos Fernandes, confirmou que 15 pessoas vão depor nesta quarta-feira (15) no inquérito sobre os 12 homicídios em série registrados .

Os primeiros a chegar ao complexo da Polícia Civil, na Avenida Andrade Neves, foram dois vizinhos de Sadrack Santana Galvão, de 25 anos. Ele foi primeiro a morrer nos homicídios múltiplos. A vítima foi atingida às 20h30 de domingo no Residencial Sirius, no Parque Cosmos.
Sem se identificar, os vizinhos disseram acreditar que o jovem possa ter sido vítima de acerto de contas, sendo um caso isolado em relação aos demais 11 mortos. O bairro em que ele foi morto fica na região do Campo Grande, enquanto que as outras vítimas moravam na região do Ouro Verde. Na investigação sobre as mortes, a polícia trabalha com as hipóteses de vingança pela morte de um policial no domingo, também na região do Ouro Verde, ou acerto de contas entre quadrilhas rivais. Os assassinatos foram cometidos com pistolas 380 e 9 milímetros.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira (Foto: Reprodução / EPTV)
Contundente
Após a Polícia Civil ouviu 12 testemunhas na terça-feira (14) sobre os 12 assassinatos. A diretora do DHPP afirmou que as primeiras oitivas "trouxeram fato novo" às apurações e que já há uma linha de investigação "contundente". O conteúdo dos depoimentos não foi revelado. "A partir dos depoimentos de hoje, já há uma linha de investigação contundente. É possível que até sexta-feira a gente tenha condições de divulgar", disse.


A possibilidade de participação de policiais na sequência de homicídios foi reforçada pelo ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves. Ele foi ao velório de vítimas para ouvir familiares nesta terça-feira (14) e disse de a cada dez pessoas que falam sobre o caso, nove citam a participação de integrantes da corporação nos crimes.

Secretário defende PM
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP), Fernando Grella Vieira, esteve na cidade nesta terça-feira e evitou associar policiais militares às chacinas. Contudo, ele admitiu a possibilidade de eventuais desvios dentro da corporação. O responsável pelo gabinete de Segurança também defendeu o "prestígio" da PM e disse que a equipe do DHPP ficará em Campinas até o caso ser solucionado.

Procurada pelo G1, a assessoria da PM não confirmou se recebeu o pedido. "A Polícia Militar esclarece que as informações solicitadas pela reportagem são pertinentes à investigação e, no caso, dizem respeito ao serviço realizado pela Polícia Civil" diz o texto.
Assassinatos em série
As mortes ocorreram em um espaço de cinco horas. A primeira foi às 20h30, no Residencial Cosmos. A oito quilômetros de distância, às 23h20, quatro pessoas foram mortas na primeira chacina, no bairro Recanto do Sol, uma delas menor de idade. Dez minutos depois, mais uma morte, agora no Parque Universitário. Às 23h40, o grupo fez cinco vítimas em um único bairro, na segunda chacina da série, no Vida Nova. A última morte aconteceu, a 3,5 km dali, a 1h48 da madrugada no Jardim Vista Alegre.
 G1

Papa Francisco substitui comissão que supervisiona Banco do Vaticano

O Papa Francisco durante a audiência desta quarta-feira (15) no Vaticano (Foto: Andrew Medichini/AP)
O Papa Francisco substituiu por completo a comissão de cardeais encarregada de supervisionar o controvertido banco do Vaticano, o Instituto de Obras para a Religião e nomeou uma nova equipe, informou nesta quarta-feira (15) a Santa Sé.
A decisão foi anunciada poucos dias antes de ser divulgado um relatório com as reformas que serão aplicadas na entidade, envolvida por anos em escândalos de lavagem de dinheiro e intrigas internas.
Francisco decidiu destituir a comissão antes da conclusão de seu mandato. Ela havia sido nomeada por Bento XVI pouco antes de o agora Papa Emérito apresentar sua renúncia, em fevereiro de 2013.Apenas um cardeal, o francês Jean-Louis Tauran, continuará fazendo parte da comissão, da qual foram destituídos o ex-secretário italiano Tarcisio Bertone, braço direito de Bento XVI, criticado por sua gestão da Cúria Romana, o italiano Domenico Calcagno, o brasileiro Odilo Scherer e o indiano Telesphore Toppo.
Entre os novos nomeados, figura o atual Secretário de Estado, o italiano Pietro Parolin, o cardeal austríaco Christoph Schönborn, um dos religiosos mais respeitados da Europa, o canadense Thomas Christopher Collins, e o espanhol Santos Abril y Castelló.
Desde que começou seu pontificado, em março, o Papa argentino tornou prioritária a reforma do banco do Vaticano, acusado também de corrupção.
A nova comissão, que deve supervisionar as atividades econômicas e a situação jurídica do IOR, permanecerá no cargo por cinco anos.
Uma investigação da procuradoria de Roma revelada pela imprensa mostrou que, por algumas das 19 mil contas do banco, que pertencem tanto a religiosos como laicos que trabalham no Vaticano, transitou dinheiro de origem duvidosa.
Um grupo de especialistas apresentará seu primeiro relatório no curso de uma reunião programada para fevereiro do chamado G8, os oito cardeais que assessoram o Papa na reforma da máquina administrativa do Vaticano.
G1

Divulgador se acorrenta em fórum no AC por liberação da Telexfree

Marcos e Aerci vieram de Santa Catarina pedir liberação da Telexfree (Foto: Rayssa Natani/ G1)
O divulgador da Telexfree, Aerci Arreal Olm viajou mais de 3.700 quilômetros com o amigo e também divulgador Marcos Wieczynski de Chapecó (SC) até a capital do Acre com um único objetivo: acorrentar-se em frente ao Fórum Barão do Rio Branco como forma de protesto. Aerci garante que pretende ficar preso, sem comer e sem beber, até que a Justiça libere o dinheiro investido por ele na empresa impedida de operar no Brasil.
Segundo o divulgador, para que os dois amigos chegassem no estado, enfrentaram muitas dificuldades. "Não tínhamos condições financeiras de estar aqui. Mobilizamos uma campanha pela internet, tivemos uma série de doações de pessoas que se dispuseram a ir até um caixa eletrônico fazer um depósito de R$ 1 e conseguimos o valor necessário. Por esses, e por nós mesmos, estamos batalhando", ressalta."O Marcos é o único que está me acompanhando da minha cidade e ele só tira meus cadeados se eu estiver desmaiado. Do contrário, não. E eu sou grande, então devo aguentar bastante", brinca Aerci Arreal, que era locutor em sua cidade e investiu aproximadamente R$ 35 mil na Telexfree, quatro meses antes de a empresa ser bloqueada pela Justiça do Acre.
​Marcos Wieczynski, que veio dar apoio a Arreal, também investiu R$ 35 mil na Telexfree. Ele era técnico de máquina em uma empresa têxtil e largou tudo para ser divulgador. "Eu tive tempo para conseguir lucrar com o dinheiro investido, mas vim em nome das pessoas que confiaram e entraram através de mim na empresa. Me sinto culpado por elas terem perdido dinheiro", afirma.
Entenda o caso
A Telexfree está impedida de atuar no país desde junho de 2013, após uma decisão da Justiça do Acre. A empresa foi denunciada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) por suspeita de operar um esquema de pirâmide financeira.

Em novembro de 2013, uma audiência de conciliação realizada na 2ª Vara Cível da Comarca deRio Branco terminou sem acordo entre a Telexfree e o MP-AC.
G1

Em Brasília, alunos de faculdades do Rio tentam reunião com Dilma

Estudantes de universidades do Rio de Janeiro, em Brasília (Foto: Luciana Amaral / G1)
Estudantes da Universidade Gama Filho e UniverCidade, do Rio de Janeiro, que foram descredenciadas pelo Ministério da Educação, pretendem fazer uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto e se reunir com a presidente Dilma Rousseff em Brasília nesta quarta-feira (15) à tarde. 

Cerca de 30 alunos estão acampados em um albergue da capital federal. Além da reunião com Dilma, os estudantes pretendem falar também com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A maioria desses alunos está na cidade desde o início da semana, mas alguns chegaram a Brasília por volta das 7h desta quarta.
Os alunos das universidades descredenciadas são contra o fechamento das instituições, determinado na última segunda (13) pelo Ministério da Educação, e querem que as instituições sejam federalizadas.
Os estudantes são contra uma transferência assistida para outras universidades brasileiras, proposta pelo Ministério da Educação, pois, segundo os alunos, faltam vagas e não há garantia da mesma qualidade de ensino. Outra razão contrária à transferência, para os alunos, é a dificuldade de mudança geográfica de estudantes.
De acordo com a representante do Diretório Central dos Estudantes e aluna de medicina da Gama Filho, Ana Flávia Hissa, os alunos em Brasília pretendem se dividir em três frentes.
"Um grupo vai para a rua mostrar a nossa causa, outro vai ver as necessidades de cada curso conforme pedido pelo MEC e fazer essa intermediação com outros alunos e outra parte vai para a Câmara pedir apoio parlamentar e financeiro", afirmou.
Ao final da tarde, os estudantes devem fazer uma manifestação em frente ao Ministério da Educação e outra em frente ao Palácio do Planalto, onde tentarão falar com Dilma. Segundo Hissa, um ofício solicitando o encontro foi protocolado na semana passada.
Até a última atualização desta reportagem, uma reunião com os estudantes não constava na agenda oficial da presidente. Também, não havia previsão de encontro dos alunos com Mercadante para esta quarta e quinta (16), informou a assessoria do MEC."A gente vai lá tentar falar com ela, pressionar pelo menos para saber como está o andamento do pedido. Ainda não tivemos resposta. [...] A gente sabe, por exemplo, que um decreto presidencial daria um amparo legal para solucionar a nossa situação e seria uma solução alternativa", disse.
Descredenciamento
O Ministério da Educação descredenciou a Universidade Gama Filho e o Centro Universitário da Cidade por decisão do colegiado Superior da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior. As duas instituições já estavam com o vestibular suspenso pelo ministério e, agora, não podem ser reabertas.

Segundo o MEC, o descredenciamento foi decidido por causa "da baixa qualidade acadêmica, do grave comprometimento da situação econômico-financeira da mantenedora [das instituições] e da falta de um plano viável para superar o problema, além da crescente precarização da oferta da educação superior."
Sem diploma
O estudante de Comunicação Social da Universidade Gama Filho, Duvivier Ferreira, acabou todas as matérias do curso, que durou cinco anos, e apresentou o trabalho de conclusão da graduação. Porém, ele não vai receber o diploma por enquanto.

"Criou-se um cenário de incerteza, porque não tem previsão de data. A gente não sabe quando vamos ter a documentação, o diploma assinado. Se o diploma vai ser assinado pela Gama Filho ou por qualquer outra universidade", declarou.
Para Ferreira, a situação da universidade pode atrapalhar a continuidade dos estudos e entrada no mercado de trabalho. "Poderia estar buscando um mestrado, uma bolsa ou então dar seguimento à minha vida profissional no mercado de trabalho. Por conta disso tudo fica mais uma incógnita a ser resolvida", afirmou.
G1
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