O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, visitou a região da Cracolândia, no Centro da capital paulista, na madrugada deste sábado (14). Ele percorreu as ruas da área de carro. Nesta manhã, Alckmin comentou a visita. Ele disse que a região está mais segura e reforçou que a Polícia Militar continuará com a operação.
"A polícia vai continuar na região. Esse é um trabalho longo, não vai resolver no curto espaço de tempo, tem que perseverar. De um lado, [é preciso] o trabalho social, de abrigamento das famílias, e [um trabalho] policial, de garantir a segurança das pessoas e prender os traficantes de drogas", disse o governador.
Em balanço divulgado nesta tarde, a Polícia Militar informou que 149 pessoas foram presas desde o dia 3 de janeiro na Cracolândia durante a Operação Centro Legal. Do total de detidos, 106 foram presos por delitos diversos e 43 são foragidos da Justiça.
Desde o início da operação, 212 pessoas foram encaminhadas para serviços de saúde, 80 foram internadas e nove pessoas foram encaminhadas para hospitais.
No total, a PM realizou 4273 abordagens e apreendeu 2,33 kg de crack, 10,187 kg de cocaína e 17,195 kg de maconha - quase 30 kg de drogas. Segundo o balanço da corporação, 878 pessoas foram encaminhadas para abrigos e 101 toneladas de lixo foram recolhidas das ruas da região central de São Paulo.
AtaqueA equipe de reportagem do SPTV voltou a flagrar dependentes químicos consumindo crack em ruas da região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, neste sábado. Pela manhã, um grupo de aproximadamente 50 pessoas consumia a droga sem ser incomodado na Rua Helvétia. Ao perceber a presença da equipe de reportagem, um viciado se aproximou e partiu para a agressão. A pedra atingiu o vidro traseiro do carro .
Desde que a operação na Cracolândia começou, a agressividade dos usuários aumentou sempre que se sentem ameaçados. Não apenas jornalistas, mas também pedestres, policiais militares e guardas municipais já foram alvo das pedras lançadas pelos usuários. Vários já ficaram feridos durante os ataques.
“Virou uma prática comum deles. Eles pegam pedra, paus e o que tiver pra jogar na guarnição. São muitos e é difícil de identificar”, diz o guarda-civil metropolitano Alexandre da Silva Oliveira.
Inquérito
A partir da semana que vem, o Ministério Público ouvirá os envolvidos na operação. Nesta sexta-feira (13), houve uma reunião entre promotores, o comando da PM e representantes das secretarias municipais e estaduais de Saúde, Assistência Social e Justiça.
A partir da semana que vem, o Ministério Público ouvirá os envolvidos na operação. Nesta sexta-feira (13), houve uma reunião entre promotores, o comando da PM e representantes das secretarias municipais e estaduais de Saúde, Assistência Social e Justiça.
No encontro, que durou cerca de cinco horas, os promotores questionaram a eficiência da ação. Eles argumentaram que seu inicio foi precipitado, já que o complexo da Rua Prates para atender os usuários ainda não foi inaugurado. O comandante da corporação disse que a estratégia não será modificada.
Na terça (10), o MP abriu um inquérito civil para investigar a operação. O governo de São Paulo disse que as ações vêm sendo planejadas em conjunto há pelo menos três meses.
Na terça (10), o MP abriu um inquérito civil para investigar a operação. O governo de São Paulo disse que as ações vêm sendo planejadas em conjunto há pelo menos três meses.
De acordo com os promotores, não houve desde 2009, quando um inquérito civil já havia sido instaurado por ocasião do Projeto Nova Luz, da Prefeitura, nada que justificasse uma operação desse tipo na região. “Essa operação põe por terra todo esse projeto, que prevê programas sócio-assistenciais e de saúde, que vinha sendo gestado. O Ministério Público não concorda com essa operação, porque o tráfico é uma questão de polícia, mas dependência química, não”, disse o promotor Eduardo Valério, de Justiça de Direitos Humanos - Inclusão Social.
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