As aplicações de investidores estrangeiros em ações e em renda fixa no Brasil somaram US$ 3,61 bilhões no primeiro semestre deste ano, informou nesta terça-feira (26) o Banco Central. Com isso, registraram forte queda de 78% frente ao mesmo período do ano passado, quando somaram US$ 16,45 bilhões.
Para todo este ano, a expectativa da autoridade monetária é do ingresso de somente US$ 7 bilhões nestas modalidades de investimentos. Em 2010, as aplicações de investidores estrangeiros no mercado acionário, e em renda fixa, totalizaram mais de US$ 50 bilhões.
As aplicações de estrangeiros foram afetadas por duas medidas do governo, anunciadas nos últimos meses. O Ministério da Fazenda anunciou, em outubro do ano passado, o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações em renda fixa no Brasil e, neste ano, elevou a tributação sobre empréstimos de curto prazo no exterior.
Ao mesmo tempo em que caíram fortemente as aplicações de investidores estrangeiros no mercado acionário, e em renda fixa no Brasil, os investimentos estrangeiros diretos, teoricamente voltados para a produção, avançaram 168% no primeiro semestre deste ano, para US$ 32,4 bilhões.
Questionado se os investidores poderiam estar "mascarando" aplicações financeiras em investimentos diretos, com o objetivo de fugir do IOF maior para renda fixa e empréstimos no exterior e se aproveitar dos juros internos (a maior taxa real do mundo), Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, voltou a negar que haja "indícios de irregularidades".
"Não é um indicativo de que está entrando por outra porta. A gente não ve nenhuma irregularidade nos investimentos estrangeiros diretos. Até onde nossas estatísticas permitem avaliar, não vemos nenhuma irregularidade. Creditamos esse aumento [nos investimentos estrangeiros] às condições da economia brasileira [que atrai investimentos]", declarou Maciel. O BC já informou, porém, que acompanha os investimentos estrangeiros somente até a tesouraria dos bancos.
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