sábado, 16 de julho de 2011

Passos nega denúncias e não descarta novas demissões Revista revelou liberação de recursos a obras com supostas irregularidades. Denúncias levaram a demissões no MInistério dos Transportes.


Débora SantosDo G1, em Brasília
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, negou neste sábado (16) que haja irregularidades nas obras que tiveram recursos suplementares liberados em 2010. Na época, ele assumiu o comando da pasta, com a licença de Alfredo Nascimento para disputar uma vaga no Senado.
Diante de denúncias de irregularidades em obras da pasta, o governo determinou mudanças e Passos não descartou o afastamento de mais pessoas da cúpula do ministério. “Se houver razões que justifiquem, outras pessoas podem ser substituídas, sim”, disse Passos.
Nesta quinta-feira (15), o diretor interino do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), José Henrique Sadok de Sá, foi afastado temporariamente do cargo, após o jornal "Estado de S.Paulo" publicar que a construtora da mulher dele teria faturado R$ 18 milhões para fazer obras em rodovias federais, entre 2006 e 2011, vinculadas a convênios com o órgão.
Antes, denúncias de superfaturamento e irregularidades no Ministério de Transportes resultaram na demissão de Alfredo Nascimento. E Luiz Antônio Pagot deve ser afastado da direção geral do Dnit ao voltar de férias.
Paulo Passos apresentou informações para rebater a reportagem da revista “Istoé” desta semana, segundo a qual ele teria “beneficiado” empreiteiras com a liberação de R$ 78 milhões, entre abril setembro de 2010, em aditivos aos contratos de três obras de ampliação e pavimentação das BRs 317, 265 e 101.
De acordo com a revista, as construtoras citadas, responsáveis por obras públicas, teriam doado mais de R$ 5 milhões às campanhas de políticos do PR, partido de Paulo Passos, nas eleições de 2010.
Segundo a revista, o TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades nesses empreendimentos, como pagamentos antecipados, ausência de projeto executivo, falhas na fiscalização e superfaturamento.
Passos negou que houvesse restrições do TCU em relação a essas obras para liberação de créditos e afirmou não ver relação entre a liberação de aditivos e as supostas doações citadas pela revista.
Entenda a crise
O governo determinou uma série de mudanças no ministério há duas semanas, quando a revista "Veja" publicou reportagem revelando um suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores da pasta. A crise se agravou após suspeitas de que o filho do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, tenha enriquecido ilicitamente em razão do cargo do pai.
A reportagem de "Veja" relatou que representantes do PR, funcionários dos Transportes e órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento e recebimento de propina por meio de empreiteiras.
Dilma Rousseff determinou o afastamento da cúpula dos Transportes e, na semana seguinte, o ex-ministro Alfredo Nascimento pediu demissão do cargo. Ele foi substituído por Paulo Passos.
De acordo com o Ministério dos Transportes, Frederico Augusto de Oliveira Dias também foi afastado do Dnit por Paulo Sérgio Passos, após denúncia do jornal "Folha de S.Paulo" de que ele atuaria como assessor da diretoria-geral em reuniões com prefeitos e autoridades, apesar de nunca ter sido nomeado pelo governo.
Segundo o jornal, Frederico Augusto é definido como "boy" pelo diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, mas possui sala própria e e-mail oficial do órgão. Ainda de acordo com a reportagem, Frederico Augusto é filiado ao PR e foi indicado para o "cargo" pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP).

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