quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Haddad diz que condenação por vazamento do Enem foi 'exemplar'


Do G1, em São Paulo
O ministro da Educação, Fernando Haddad, considerou "exemplar" a condenação por corrupção passiva e violação de sigilo funcional quatro dos cinco envolvidos no furto e vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009 em decisão da Justiça Federal de São Paulo.
Durante um evento internacional de educação em Curitiba (PR), Haddad declarou que a decisão judicial sinaliza que "as pessoas têm que colocar a educação em outro patamar". "Foi um crime contra o Estado brasileiro e contra a juventude", afirmou o ministro. "Do ponto de vista administrativo, o processo está concluído, agora é o processo judicial, que será reforçado por essa decisão. Queremos que os prejuízos sejam ressarcidos à União."
Um dos acusados, Felipe Pradella, foi condenado a 5 anos e 3 meses de reclusão em regime semiaberto. Outros dois (Filipe Ribeiro Barbosa e Marcelo Sena Freitas) foram condenados a 4 anos e 6 meses de reclusão também em regime semiaberto. O quarto réu, Gregory Camillo Oliveira Craid, teve a pena revertida em prestação de serviços à comunidade. O réu Luciano Rodrigues foi absolvido.
Segundo o processo, três dos réus (Freitas, Ribeiro e Pradella) são ex-funcionários da empresa Cetros, integrante do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, contratado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), e foram acusados pelo furto das provas da Gráfica Plural, onde trabalhavam. Dois deles (Craid e Rodrigues) foram apontados como intermediários que colaboraram com a prática dos crimes. Eles procuraram jornalistas para tentar vender a prova.
Imagem de câmera de segurança de gráfica em São Paulo flagrou furto de prova em 2009 (Foto: TV Globo/Reprodução)Imagem de câmera de segurança de gráfica em São
Paulo flagrou furto de prova em 2009 (Foto: TV Globo
/Reprodução)
Réus podem responder por perculato
Os réus poderão ainda responder a um novo processo por crime de peculato (furto praticado por servidor público) . Na decisão, o juiz Márcio Rached Millani, da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, rejeitou a acusação do crime de peculato contra os cinco acusados.
O juiz justificou que “as folhas de papel subtraídas não tinham em si valor econômico”. No entanto, a Segunda Turma do TRF 3ª Região acatou o pedido da promotoria para cassar a decisão de rejeição parcial da denúncia, e determinou que os réus respondam também pelo crime de peculato. O advogado dos réus, Ralfi Rafael da Silva, disse ao G1 que ainda não teve acesso à sentença, mas que pretende recorrer da decisão do juiz.
Prova foi cancelada
O vazamento do Enem causou o cancelamento da prova às vésperas da realização em 2009, prejudicou cerca de quatro milhões de inscritos e tumultuou todo o calendário de vestibulares do final de 2009 e início de 2010. A prova foi cancelada na madrugada do dia 1º de outubro de 2009 pelo Ministério da Educação, após a divulgação de que havia sido furtada de uma gráfica em São Paulo e oferecida a uma repórter do jornal "O Estado de S. Paulo." O exame seria aplicado nos dias 3 e 4 de outubro.
O gasto com a reimpressão das provas do Enem foi estimado em 30% do valor da licitação, que foi de R$ 148 milhões, segundo o Ministério da Educação.
O vazamento causou o cancelamento da prova às vésperas da realização em 2009, prejudicou cerca de quatro milhões de inscritos e tumultuou todo o calendário de vestibulares do final de 2009 e início de 2010.
A prova foi cancelada na madrugada do dia 1º de outubro de 2009 pelo Ministério da Educação (MEC), após a divulgação de que havia sido furtada de uma gráfica em São Paulo e oferecida a uma repórter do jornal "O Estado de S. Paulo".
O gasto com a reimpressão das provas do Enem foi estimado em 30% do valor da licitação, que foi de R$ 148 milhões, segundo o MEC.

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