O ministro de Finanças japonês, Yoshihiko Noda, foi eleito nesta segunda-feira (29) presidente do Partido Democrático doJapão (PDJ), o que o transformará no novo primeiro-ministro do país.
Noda, que bateu no segundo turno de votação o titular do ministério da Economia, Comércio e Indústria, Banri Kaieda, substituirá a Naoto Kan, que na sexta-feira (26) anunciou sua renúnciapor causa das críticas à sua gestão diante da crise atômica após o terremoto seguido de tsunami de 11 de março.
O ministro das Finanças, de 54 anos, obteve o apoio de 215 dos quase 400 legisladores do PDJ, enquanto Kaieda, que saiu inicialmente como favorito, alcançou 177 votos.
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Ambos tinham superado em uma primeira rodada os outros três candidatos: o ex-ministro de Exteriores, Seiji Maehara; o titular de Agricultura, Michihiko Kano; e o ex-ministro dos Transportes, Sumio Mabuchi.
Após a votação, Noda, um ferrenho defensor da disciplina fiscal, admitiu que depois do desastre do dia 11 de março a carga que a política japonesa deve enfrentar é cada vez maior, mas insistiu em trabalhar para resolver a crise.
Neste sentido, apelou pela unidade de seu partido, cada vez mais fragmentado, e a deixar de lado as disputas internas para que os cidadãos não se arrependam de ter dado a vitória ao PDJ nas históricas eleições de há dois anos.
Aquele pleito acabou com mais de meio século de poder do Partido Liberal-Democrata (PLD), hoje na oposição e crítico feroz das políticas do PDJ.
Noda enumerou os sérios problemas que a terceira maior economia do mundo enfrenta atualmente, entre eles a crise nuclear de Fukushima Daiichi, o desafio da reconstrução após o terremoto de março, a persistente deflação e o contínuo fortalecimento do iene, que prejudica os exportadores, motor econômico do país.
Está previsto que o ministro das Finanças assuma seu cargo nesta terça-feira (30), quando Naoto Kan dissolverá o atual gabinete.
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Noda se tornará o sexto primeiro-ministro nos últimos cinco anos, nos quais, por causa do instável governo, japonês passaram Shinzo Abe (2006-2007), Yasuo Fukuda (2007-2008), Taro Aso (2008-2009), Yukio Hatoyama (2009-2010) e Naoto Kan.
Noda parece ser uma escolha segura para liderar a terceira maior economia do mundo, mas há sérias dúvidas sobre se ele terá apoio suficiente para combater a crise.
"'Noda herdou todos os mesmos problemas -- um Parlamento dividido, um partido dividido, um iene forte, a região de Tohoku (no nordeste do Japão) desesperada pelo progresso na reconstrução e por um fim breve à crise nuclear", disse Jeffrey Kingston, diretor de Estudos Asiáticos no campus da Universidade de Temple no Japão.
A maioria das fontes atuantes no mercado entrevistada pela Reuters neste mês acreditava que o próximo líder do governo não terá vida longa no poder.
A agência oficial de noticias da China Xinhua comentou nesta segunda-feira a eleição do novo primeiro-ministro japonês, dizendo que é responsabilidade do governo de Noda consertar a problemática relação entre os dois países. O governo chinês ainda não se manifestou oficialmente sobre a escolha.
(*) Com informações das agências de notícias Efe, France Presse e Reuters
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