O inquérito que investiga o assassinato do universitário africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, ocorrido há 10 dias em uma pizzaria de Cuiabá foi concluído nesta sexta-feira (30) e encaminhado à Justiça. Um empresário, de 27 anos, e mais dois policiais militares, ambos de 24 anos, foram indiciados por homicídio e estão presos desde a morte do africano.
O delegado responsável pelas investigações, Antônio Esperândio, disse ao G1, que apenas incluiu ao inquérito o laudo elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML) que aponta a causa da morte de Toni. Segundo o instituto, o universitário morreu asfixiado por conta de uma lesão na traqueia. Também foram incluídas ao inquérito as imagens do circuito interno de segurança do estabelecimento.
O G1 teve acesso às imagens de uma câmera instalada na pizzaria. Elas mostram apenas um ângulo do momento em que o africano chegou ao estabelecimento. Depois disso, ele foi espancado até a morte.
Naquela quinta-feira, Toni chegou à pizzaria às 23h17 e teria abordado quatro clientes em uma mesa e, de acordo com depoimentos de testemunhas, ele pediu dinheiro. Em seguida, teria se dirigido à mesa em que estavam o empresário - que está preso por envolvimento na morte - e a namorada dele.
Segundo a polícia, a mulher disse que ele se sentou ao lado dela e, novamente, pediu dinheiro. Às 23h18, as imagens mostram o início do tumulto. Houve pânico e muita correria na pizzaria. A partir deste momento, a câmera mostra apenas uma imagem distorcida do que seria a briga entre o africano, policiais militares, clientes e funcionários. Um carro da Polícia Militar chegou ao local cerca de 10 minutos após o início da briga, quando Toni já estava morto, ainda conforme testemunhas.
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Outro lado
Ao G1, o advogado Ardonil Manoel Gonzales Júnior, que faz a defesa dos policiais militares, disse que os PMs “agiram em cumprimento do dever legal”, que nesse caso específico significava “defender as pessoas que estavam sendo coagidas pelo africano”, apontou. O advogado ainda confirmou que os dois policiais entraram em luta corporal com o universitário e, que um deles, chegou a desferir um soco nas costas de Toni para que fosse completamente imobilizado.
Ao G1, o advogado Ardonil Manoel Gonzales Júnior, que faz a defesa dos policiais militares, disse que os PMs “agiram em cumprimento do dever legal”, que nesse caso específico significava “defender as pessoas que estavam sendo coagidas pelo africano”, apontou. O advogado ainda confirmou que os dois policiais entraram em luta corporal com o universitário e, que um deles, chegou a desferir um soco nas costas de Toni para que fosse completamente imobilizado.
Em relação ao indiciamento, Ardonil Júnior informou que a situação dos PMs não se altera e que vai trabalhar no processo para que ambos deixem a prisão o mais rápido possível. Os dois policiais eram amigos e estavam jantando com filhos e mulheres no local. Um deles já tem cinco anos na função militar e o outro acabou de terminar o curso para oficiais. Eles estão presos no 3º Batalhão da Polícia Militar, em Cuiabá. Já o empresário está preso em um anexo da Penitenciária Central do Estado, antigo presídio do Pascoal Ramos.
Impasse no traslado
O corpo de Toni está no Instituto Médico Legal (IML) há 10 dias à espera de traslado para Guiné-Bissau, seu país de origem. O governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, está responsável pelo transporte do corpo, mas ainda analisa a melhor forma para o procedimento ser realizado. Por meio da assessoria de imprensa, o ministério informou que o impasse é jurídico.
O corpo de Toni está no Instituto Médico Legal (IML) há 10 dias à espera de traslado para Guiné-Bissau, seu país de origem. O governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, está responsável pelo transporte do corpo, mas ainda analisa a melhor forma para o procedimento ser realizado. Por meio da assessoria de imprensa, o ministério informou que o impasse é jurídico.
Ao G1, o órgão disse ainda que busca uma fundamentação jurídica para comprovar o gasto, que pode chegar a R$ 30 mil para levar o corpo. “O caso é uma excepcionalidade. Está sendo feito tudo que é possível para que o corpo seja levado dentro da legalidade”, disse a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
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