segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Lupi quer descansar antes de reassumir PDT, diz presidente da sigla


O presidente interino do PDT, André Figueiredo, afirmou nesta segunda-feira (5) que o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, quer tirar o mês de dezembro para "descansar" antes de reassumir a presidência do partido em janeiro. Lupi pediu exoneração do cargo de ministro neste domingo, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.

"Ele disse informalmente que quer usar o mês para descansar com a família e assume o comando do partido em janeiro. É evidente que não dá para estar feliz após esses 30 dias, mas ele está muito equilibrado", afirmou ao chegar à sede do PDT, em Brasília, para a reunião da Executiva do partido.
Lupi deixou a presidência do PDT em 2007, após a Comissão de Ética Pública da Presidência ter recomendado, pela primeira vez, sua exoneração do cargo de ministro, por acumular os dois postos.
Já o deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) afirmou que Lupi deveria permanecer afastado do comando do partido. "Não dá para o Lupi sair do ministério, colocar um paletó, e voltar ao Planalto para negociar com o governo em nome do partido", disse.
Ele defendeu a criação de uma comissão para atuar como interlocutora da legenda junto ao Palácio do Planalto. "Poderíamos ter uma comissão com integrantes selecionados entre nomes da Executiva do partido, para negociar junto ao governo. É preciso democratizar a interlocução. Espero que o ministro tenha um gesto de grandeza de perceber que não é momento ideal para ele assumir a presidência do PDT", afirmou.
Permanência na base
Figueiredo afirmou que o PDT vai continuar na base aliada do governo mesmo se Dilma tirar a legenda do comando do Ministério do Trabalho na reforma ministerial prevista para janeiro. Indagado sobre se apoiaria a permanência do secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto, filiado ao PDT-RJ, à frente do ministério, o deputado afirmou: "Ele é o secretário-executivo e deve ficar interinamente no comando do ministério nesse mês de dezembro. Agora, esse é uma decisão exclusiva da presidente."
O presidente do PDT também comentou a possibilidade de Dilma trocar o PDT de pasta na reforma ministerial. "Tudo é discutível", disse. Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) foi menos taxativo sobre permanência do partido na base aliada. "A tendência é de que continue no governo", disse. Ele afirmou ainda que Dilma "precisa medir as consequências" ao decidir sobre o futuro do PDT no ministério.
"Depende da Dilma para ver se a gente fica. Vou defender que o partido fique no governo. Ela é que tem que medir as consequências [de eventualmente deixar o PDT sem ministério]", afirmou.
Paulo Pereira da Silva destacou que a sigla tem 27 deputados federais e, segundo ele, merecia mais espaço no governo. "Se [a decisão] for pelas contas, o PMDB tem 77 deputados, nós temos 27 deputados. O PMDB tem seis ministérios e nós temos um."
Com a saída do Ministério do Trabalho, Lupi encerrou uma trajetória que teve início em março de 2007, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por indicação do PDT, permaneceu no cargo no começo do governo Dilma Rousseff, em 2011.


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