quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Funcionamento de curtume em MS é considerado irregular por bombeiros


O Corpo de Bombeiros em Mato Grosso do Sul informou que o curtume do complexo frigorífico da Marfrig Alimentos, em Bataguassu, a 335 km de Campo Grande, não tinha passado por vistoria da corporação e, por isso, seu funcionamento era considerado irregular. Nesta quarta-feira (1º), os bombeiros divulgaram um vídeo que mostra a entrada no local após o acidente que deixou quatro mortos. (Veja o vídeo ao lado).

A Polícia Civil abriu inquérito para averiguar as causas do acidente. A Polícia Militar Ambiental aplicou multa de R$ 1 milhão em decorrência da poluição gerada pelo vazamento. O valor pode ser reavaliado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) durante procedimento administrativo.

A assessoria da Marfrig foi procurada pelo G1 e, até o começo da tarde, não havia se pronunciado sobre a falta do certificado de vistoria. Mais cedo, informou que a empresa está focada no atendimento dos funcionários e familiares e na apuração das causas do acidente e, por isso, não iria se manifestar sobre a multa. Na terça-feira, o presidente do grupo, Marcos Antonio Molina dos Santos, divulgou nota de pesar.
Corpo de Bombeiros no curtume em Bataguassu, após acidente (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)Bombeiros em curtume, em Bataguassu
(Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Interditado
Segundo o tenente-coronel Joilson de Paula, relações públicas dos bombeiros, a vistoria prévia é obrigatória e faz parte dos procedimentos que permitem o início da atividade. O curtume, distante 500 metros do frigorífico, foi interditado após acidente em que quatro funcionários morreram e outros 28 trabalhadores foram intoxicados em uma reação química.
Dos 28 intoxicados, 21 foram internados e três permaneciam em um hospital de Presidente Prudente (SP). Os demais 19, que estavam em uma instituição em Bataguassu, foram liberados na manhã desta quarta-feira (1º).

Segundo assessoria do Marfrig, o funcionário de 36 anos deve receber alta no período da tarde. Os outros dois trabalhadores, de 24 e 39 anos, permanecem sob ventilação mecânica e estão em fase de retirada de sedação.

Vistoria
O coronel explicou que, nesta vistoria, os bombeiros fiscalizam o funcionamento dos equipamentos de segurança, como extintores, iluminação de emergência e outros dispositivos de prevenção e combate a acidentes. Segundo o Corpo de Bombeiros, sem esse aval da corporação, a situação hoje é de irregularidade. O frigorífico do grupo, instalado em Bataguassu, tem os certificados atualizados.
De acordo com os bombeiros, essa situação não estaria diretamente ligada ao acidente que causou a morte de quatro funcionários e a intoxicação de outras 28 trabalhadores do curtume, já que, preliminarmente, não houve falha de equipamentos.
A empresa será notificada a regularizar a situação, em prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado por 90 dias.
O tenente-coronel disse ao G1 que o curtume permanece interditado pois ainda há presença de gás sulfídrico no local. A substância é resultante da reação química do agente redutor que estava sendo descarregado em um dos tanques subterrâneos com outro produto, ainda desconhecido.
Velório
Dos quatro funcionários mortos ontem, dois estão sendo velados na capela municipal de Bataguassu. Os corpos das outras vítimas, um homem de 33 anos e outro de 21 anos, foram trasladados para Lins (SP) e Estância Velha (RS), segundo a funerária da cidade. No atestado de óbito, a asfixia é apontada como causa da morte.
Velório dos funcionários mortos em intoxicação em curtume de Bataguassu, MS (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)Funcionários estão sendo velados na capela municipal de Bataguassu (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)

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