O ex-governador José Maranhão (PMDB) disse nesta
segunda-feira (28) que a “reação” ( conseqüência) do ex-governador Ronaldo
Cunha Lima (PSDB) a sua visita é o que lhe impede de visitar o poeta.
Maranhão externou a intenção de visitar Ronaldo que enfrenta
sérios problemas de saúde desde o final do ano passado, guando teve agravado os
problemas respiratórios diagnosticados em junho de 2011.
“Faltou oportunidade de fazer, não por minha parte”, disse
Maranhão sobre ainda não ter encontrado com Ronaldo.
De acordo com Maranhão, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB),
filho de Ronaldo, teria dito que o encontro dos ex-governadores poderia ter
como conseqüência um agravamento no quadro de saúde de seu pai.
“No estado de saúde em que se encontra Ronaldo, um encontro
desta natureza poderia gerar reações desagradáveis ou prejudiciais a saúde do
poeta”, disse Maranhão, creditando a declaração a Cássio.
Aliados até 1998, os ex-governadores se tornaram inimigos políticos
após a convenção do PMDB que escolheu Maranhão como candidato a governador
provocando a saída de Ronaldo para o PSDB, sendo um dos mais relevantes fatos
históricos da recente política paraibana. O racha pauta a política eleitoral do
Estado até hoje, onde aliados de Maranhão são os adversários dos Cunha Lima.
Entenda o racha que fez Maranhão permanecer no PMDB e
Ronaldo migrar para o PSDB
(*Texto adaptado do Diário da Borborema)
O ambiente era de festa no clube em Campina Grande, mas
ficou marcado pelo racha político que dividiu a Paraíba desde 1998
Era 21 de março de 1998, noite de festa, de comemoração do
aniversário do então senador peemedebista Ronaldo Cunha Lima. Presentes no
Clube Campestre, em Campina Grande, cerca de dois mil convidados, dentre eles
os principais nomes do PMDB, à época detentor da absoluta hegemonia no estado.
Ninguém ali imaginava, mas aquele dia estava predestinado a mudar os rumos da
política paraibana. Ronaldo tomou o microfone, proferiu um duríssimo discurso
contra o governador José Maranhão, seu correligionário, que exercia o primeiro
mandato. Veio o rompimento das relações, o racha no PMDB, a ruptura que, até
hoje, marca o cenário político paraibano.
Desde então, o processo eleitoral do estado, destacadamente
a corrida pelo Palácio da Redenção, passou a figurar como reedição da disputa
extravasada naquele terceiro sábado de março. Antes, era o PMDB todo poderoso,
dominando absoluto o palco das eleições. Dali em diante, seria o
"maranhismo" contra o "ronaldismo" - este continuado pelo
"cassismo.
Em 1998, no primeiro embate, Maranhão levou a melhor. Logo
após o racha, as duas correntes foram à convenção do PMDB, para disputar a
indicação do partido para a candidatura ao governo do estado. Ronaldo perdeu,
acusações de irregularidades no processo foram propagadas, sem efeito, e o
senador migrou para o PSDB, levando seu grupo de seguidores. O governador,
tendo vencido a eleição antecipada que foi a convenção, com caminho livre não
teve adversário à altura durante a campanha, conquistando a reeleição.
Maranhismo 1 a 0.
Quatro anos depois, sem um nome forte para enfrentar Cássio
Cunha Lima, então prefeito de Campina Grande e favorito nas pesquisas daquele
momento, Maranhão indica como candidato o vice-governador, Roberto Paulino, que
assumira o governo com o afastamento do titular para a disputa do Senado.
Apesar do favoritismo inicial do tucano, Paulino cresceu e a disputa foi ao
segundo turno, mas a reação parou ali, e Cássio acabou eleito. Disputa
empatada, 1 a 1.
Em 2006, ocorre o esperado confronto nas urnas entre Cássio
e Maranhão. Na batalha pelos dois maiores colégios eleitorais do estado, o
senador Maranhão tinha, ao seu lado, a força do maior, João Pessoa, mas, o
governador Cássio contou com uma maioria tão ampla em Campina Grande que não
apenas superou o prejuízo sofrido na capital, como abriu margem sobre o
oponente quando somadas as urnas das duas cidades. No cômputo geral, com uma
maioria superior a 52 mil votos, Cássio acabou reeleito. Cassismo 2 a 1.
Dois anos depois, o Tribunal Superior Eleitoral cassava o
mandato de Cássio, e conduzia Maranhão ao governo. Novo empate na disputa
iniciada no Campestre: 2 a 2.
Nas últimas eleições Cássio apoiou Ricardo Coutinho que
derrotou Maranhão.
MaisPB
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