A Polícia Civil da Paraíba deflagrou nesta segunda-feira
(21) a Operação Hidra 2, uma continuidade da ação iniciada em março para
desarticular uma quadrilha que comanda o tráfico de drogas de dentro de
presídios no Sertão paraibano. De acordo com o delegado Cristiano Jacques, o
objetivo é prender suspeitos de integrar o esquema fora das penitenciárias. Até
as 9h30, seis pessoas haviam sido presas. Uma sétima pessoa, uma mulher, chegou
a ser levada para a delegacia, mas foi liberada depois que sua participação no
crime foi descartada.
Entre os presos está um estudante de Direito. Segundo a PC,
ele se apresentava como advogado de detentos e seria responsável por negociar
com os diretores dos presídios para facilitar os pedidos dos internos, como
visitas em horários fora do habitual e até a entrada de drogas. A polícia já o
investigava desde a primeira investida da operação, mas ele não foi preso para
que se levantassem mais provas contra o suspeito.
Conforme Cristiano Jacques, a polícia já apreendeu um fuzil 762,
um revólver calibre 38, munição,11 celulares e cheques, que totalizam o valor
de R$ 56 mil. Nas buscas, também foram encontrados cerca de 3kg de crack e uma
quantidade de maconha. O material estava com pessoas fora das unidades, mas
dois dos mandados de prisão cumpridos hoje foram realizados dentro de celas do
Presídio Regional Romero Nóbrega, em Patos.
"Na primeira fase da operação foram presos um diretor
de presídio, funcionários que facilitavam a execução das ordens dos detentos e
os próprios presos envolvidos foram qualificados, mas alguns ainda estão na
chefia e o pessoal que ficou do lado de fora das grades continuou
comercializando os entorpecentes", explicou.
Operação prendeu diretor de presídio
A Operação Hidra foi deflagrada no dia 21 de março. De
acordo com as Secretarias de Segurança Pública e Administração Penitenciária da
Paraíba, na época foram cumpridos os 23 mandados de prisão expedidos pela
Justiça.
Os alvos eram detentos suspeitos de atuar no tráfico mesmo
dentro das celas do Presídio Regional Romero Nóbrega, além de seis funcionários
e um ex-funcionário da unidade, que estariam ganhando 'comissões' para
facilitar fugas e saídas de presos para as negociações. O grupo também teria
participação nos assassinatos de pessoas que tentavam denunciar o esquema.
A operação foi realizada com a participação de cerca de 250
policiais civis e militares, que fizeram buscas nas cidades de Patos, São
Bento, São José de Piranhas e Teixeira, na Paraíba, além de São José do Egito,
em Pernambuco.
JP Online
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