Os primeiros meses do ano vêm demonstrando uma grande
incidência de crimes bárbaros, com vítimas esquartejadas, executadas a sangue
frio, torturadas e em geral mortas com requintes de crueldade na Paraíba. A
população está assustada e os especialistas analisam os casos como geralmente
marcados por motivos irracionais, passionais ou por envolvimento da vítima em
crimes como o tráfico de entorpecentes.
Não há dados oficiais relativos aos índices de crimes
bárbaros na Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds), nem sua
relação com os números gerais de homicídios em 2012.
A estatística mais atualizada sobre o total de homicídios
registrados no Estado é de janeiro a maio deste ano. No período, 667
assassinatos foram contabilizados na Paraíba, de acordo com os dados oficiais
do Núcleo de Análise Criminal e Estatística da Seds, divulgados em 4 de junho.
Este número representa uma redução de 4,3% em relação ao mesmo período do ano
passado, quando foram notificados 697 pessoas assassinadas.
Para os especialistas, assassinatos desta natureza são
objetos de repúdio e deixam marcas profundas entre familiares e amigos das
vítimas e até em pessoas que não têm proximidade com os alvos da violência.
"A complexidade do tema é visível e impossibilita
precisar as características predominantes, mas se pode identificar traços de
personalidade compatíveis entre os que recorrem a este delito.
Existe uma relação de resolução máximo dos conflitos
interiores e exteriores através da violência explícita e absoluta, onde há
inclusive interesse do agressor na exposição gratuita do crime praticado",
afirma a psicóloga Silvânia Barbosa.
Segundo o cientista político José Maria Nóbrega,
especialista que estuda o fenômeno da violência, tais mortes são reflexo não
apenas da carência de infraestrutura do aparato estatal, como também do modo de
analisar a segurança pública.
"Não existem estudos empíricos sobre isso, mas para
quem faz gestão da política de segurança pública, são dados simples e
fundamentais", afirmou o pesquisador da Universidade Federal de Campina
Grande.
Para o estudioso, a explosão da violência no Nordeste atinge
direitos básicos de cidadania. "A desigualdade social e de renda e a
pobreza não são fatores determinantes para o controle dos homicídios em taxas
suportáveis. O problema está na 'engenharia institucional', ou seja, na
eficácia das instituições responsáveis pela garantia da lei e da ordem",
disse.
Jornal da Paraiba
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