segunda-feira, 30 de julho de 2012

Exército sírio bombardeia Aleppo e diz ter retomado área rebelde


Disparos de artilharia e morteiros ecoaram na manhã de segunda-feira (30) por toda Aleppo, e um helicóptero militar zumbia sobre um bairro que o Exército sírio disse ter recapturado dos rebeldes em combates pelo controle da maior cidade do país.
Hospitais e clínicas improvisadas nas áreas controladas pelos rebeldes, na zona leste da cidade, estavam se enchendo de vítimas após uma semana de combates em Aleppo, polo comercial que até então permanecia praticamente à parte da revolta contra o presidente Bashar al Assad, iniciada há 16 meses.
Integrantes do exército rebelde comemoram em tanque tomado de forças do governo em Anadan, a 5km de Aleppo (Foto: Junot Diaz / AFP)
"Alguns dias recebemos cerca de 30 a 40 pessoas, sem incluir os corpos", disse um jovem paramédico na clínica. "Há alguns dias recebemos 30 feridos e talvez 20 cadáveres, mas metade desses corpos estava despedaçada. Não podemos saber de quem eram."
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo oposicionista com sede na Grã-Bretanha, disse que 18 foram mortas no domingo na região de Aleppo, num total de 150 mortas em toda a Síria, sendo dois terços delas civis.
Os rebeldes disseram que retém o controle sobre o bairro de Salaheddine, apesar da ofensiva governamental. O governo, porém, disse ter expulsado seus inimigos da região. "O controle completo foi retirado dos pistoleiros mercenários", disse um militar não-identificado à TV estatal síria na noite de domingo. "Em alguns dias, a segurança vai voltar à cidade de Aleppo."
A ofensiva militar repete a tática usada em Damasco semanas atrás, quando o governo usou seu esmagador poderio militar para eliminar os rebeldes bairro a bairro.
As forças de Assad estão determinadas a não perderem Aleppo, pois uma derrota nessa cidade seria um duro golpe estratégico e psicológico. Mas especialistas militares acreditam que os rebeldes estão mal armados e mal comandados para derrotar o Exército.
Jornalistas da Reuters em Aleppo não foram capazes de chegar a Salahaddine, após o anoitecer de domingo para verificar quem controla o bairro. O Observatório Sírio disse que os combates prosseguiam.
A guerra paralisou o habitual burburinho comercial nesta cidade de 2,5 milhões de habitantes. Os mercados públicos funcionam, mas pouca gente faz compras. Mas multidões de homens e mulheres esperam quase três horas para comprar quantidades limitadas de pão subsidiado.
Os combatentes rebeldes, muitos deles de áreas rurais próximas a Aleppo, continuam no controle de partes da cidade, deslocando-se nelas com rifles e roupas camufladas.
entenda os conflitos na Síria VALE 3 (Foto: Editoria de Arte / G1)

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