sábado, 12 de janeiro de 2013

Cruzes relembram mortos da tragédia na Região Serrana do RJ


A praça do Suspiro, no Centro de Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, recebeu 274 cruzes em memória as vítimas da tragédia do dia 12 de janeiro de 2011, neste sábado (12), quando se completam dois anos da maior catástrofe natural do Brasil.
cruzes são colocadas em praça de nova friburgo para relembrar mortos da tragedia (Foto: Heitor Moreira/G1)Junto com cada cruz, rosas foram colocadas na praça do Suspiro, em Friburgo. (Heitor Moreira/G1)
Segundo a Secretaria Estadual da Defesa Civil do Rio de Janeiro, 429 pessoas morreram em Friburgo. Em toda Região Serrana foram 918. Dentre os mortos estavam amigos de Cassilda Silva, de 67 anos. Ela mora em Nova Friburgo há 60 anos e neste sábado (12) foi até a praça do Suspiro, lembrar e rezar pelos amigos que a enxurrada levou.
Cassilda relmbra mortes de amigos que foram levados pela enxurrada (Foto: Heitor Moreira/G1)
'' Podem passar anos e anos que nunca vou esquecer daquele dia. Aos poucos ia recebendo notícia da morte de cada amigo de trabalho meu. Tenho muita fé em Deus e estou aqui pra rezar por eles. Alguns amigos até hoje não foram achados.'' - disse a aposentada. 
A ideia da homenagem é do Grupo de Arte, Movimento e Ação de Nova Friburgo (GAMA). Segundo Julio Cezar Seabra Cavalcanti, fundador do grupo, a explicação da quantidade de 274 cruzes é a soma dos três algarismos: 2, 7 e 4, que tem como resultado o número 13. Para o GAMA, o número representa sorte. Desejo que eles fazem para toda Região Serrana. Segundo o grupo, as cruzes serão retiradas da praça do Suspiro na próxima segunda-feira (14).
Valdelir Correa no bairro Campo Grande em Teresopolis (Foto: Heitor Moreira/G1)
Perder 24 pessoas da família de uma vez, em uma só madrugada. Essa foi a realidade de Valdelir Corrêa de Oliveira,  46 anos, morador do bairro Campo Grande, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
A enxurrada do dia 12 de janeiro de 2011 levou a mãe, irmãos, primos, tios, e cunhadas de Valdelir. Dois anos depois, o jardineiro passa todos os dias pelo local onde a família morava pra ir trabalhar. O conjunto de quatro casas desapareceu. No lugar, muitas pedras, areia e um rio que a enxurrada da tragédia 'criou'.
'' Todos os dias preciso passar por aqui pra chegar no trabalho. No início pensei que não ia conseguir continuar a viver. Mas consegui um emprego e to vivendo a minha vida. Mesmo me sentindo muito sozinho nesse mundo, tenho certeza que eles estão olhando pra mim lá do céu '' - disse o jardineiro. 
De acordo com dados do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), disponível no site do Ministério Público Estadual, em Teresópolis  119 pessoas estão desaparecidas.
cruzes são colocadas em praça de nova friburgo para relembrar mortos da tragedia (Foto: Heitor Moreira/G1)Na homenagem, rosa representa a vida, renascer e recomeçar.  (Foto: Heitor Moreira/G1)
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G1

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