quinta-feira, 6 de junho de 2013

Protestos de rua contra o governo da Turquia entram no sétimo dia

Dezenas de milhares de manifestantes prosseguiam com os protestos contra o primeiro-ministro islâmico e conservador Recep Tayyip Erdogan, que retornará nesta quinta-feira (6) à Turquia após uma viagem de três dias pelo norte da África. É o sétimo dia de protestos, que deixaram pelo menos dois mortos e geraram pesadas críticas ao regime por conta da repressão policial.
A noite em Istambul não teve incidentes, pela primeira vez desde o início do movimento, que começou com um protesto contra um projeto de urbanização da praça Taksim, no centro da cidade.
Também foram registrados confrontos em Rize (às margens do mar Negro, nordeste) entre adversários e simpatizantes do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que está no poder desde 2002.Na quarta-feira, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades do país, em resposta a uma convocação de duas centrai sindicais, sobretudo em Istambul e Ancara, para exigir a renúncia de Erdogan.
Segundo o canal CNN Türk, centenas de pessoas atacaram 25 jovens que preparavam um protesto.
Para evitar atos de violência, o parlamentar Huseyin Celik apelou aos integrantes do AKP que não compareçam ao aeroporto para receber Erdogan em seu retorno da Tunísia.
"O primeiro-ministro não precisa demonstrar seu poder", declarou Celik.
Erdogan, no entanto, desafiou os rivais no sábado passado.
"Se querem organizar manifestações (...), quando eles reunirem 20 pessoas, eu reunirei 200 mil; e quando eles forem 100 mil, eu mobilizarei um milhão de membros de meu partido."
O governo pediu desculpas pelos excessos da repressão, que deixou centenas de feridos.
Mas representantes dos manifestantes exigiram a destituição dos chefes de polícia de várias cidades, entre elas Istambul e Ancara.
Também querem a libertação das pessoas detidas, o fim do projeto urbanístico da praça Taksim, a proibição do uso de gás lacrimogêneo e mais respeito à liberdade de expressão.
Os manifestantes acusam Erdogan de autoritarismo e de querer "islamizar" a Turquia.
Representantes de um grupo que representa os manifestantes antigoverno na Turquia pediram na quarta a demissão dos chefes de polícia de Istambul e Ancara, entre outras cidades turcas, por causa dos abusos na repressão.
"Os chefes de polícia que deram a ordem de atuar com violência devem ser demitidos", afirmou um porta-voz do grupo após uma reunião em Ancara com o vice-primeiro-ministro Bülent Arinç.
Eles também pediram a libertação de manifestantes presos, que a polícia pare de usar gás lacrimogêneo, além da remoção aos obstáculos à liberdade de expressão.
G1

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