sábado, 22 de junho de 2013

Protestos fecham rodovias e travam acesso ao Aeroporto de Cumbica

As principais rodovias que ligam a capital paulista ao litoral e ao interior do estado ficaram horas interditadas nesta sexta-feira (21). Ao longo da tarde e da noite, protestos fecharam a Via Dutra, Castello Branco, Via Dutra, Anchieta, Imigrantes, Raposo Tavares, Régis Bittencourt e Ayrton Senna. Em alguns casos, houve intervenção da Polícia Militar com bombas e gás para destravar as estradas. O acesso ao Aeroporto de Cumbica ficou interditado.

(O G1 acompanhou em tempo real as manifestações pelo país, em fotos e vídeos: veja relatos no Brasil inteiro, em São Pauloe no Rio.)

Grupos que saíram em caminhada de Guarulhos ocuparam a Via Dutra e a Rodovia Helio Smidt. Por causa dos bloqueios nas estradas vizinhas, a Rodovia Ayrton Senna ficou travada. A PM tentou negociar para que o grupo não ocupasse a área do aeroporto, mas grupos seguiram pelo gramado da área externa aos terminais e foram dispersados pela Tropa de Choque, que usou bombas.

Segundo a PM, cerca de 8 mil pessoas chegaram a se concentrar em frente a Cumbica. As empresas áereas TAM e Gol informaram que vão isentar passageiros das taxas de remarcação ou reembolso de passagens nos voos marcados a partir da tarde desta sexta-feira (21).
Cumbica
Passageiros que tinham voos marcados abandonaram veículos e seguiram a pé. Muitos carros foram deixados no acostamento das rodovias. Torcedores que iriam embarcar para Salvador lamentam ter perdido o jogo entre Brasil e Itália.

Uma família que tentava embarcar rumo à capital baiana para assistir ao jogo da Seleção Brasileira contra a Itália, neste sábado (22), pela Copa das Confederações, perdeu o voo. Além das passagens aéreas, eles perderam os ingressos, aluguel do carro e estadia em hotel.
“Saímos de casa às 18h e não conseguimos chegar para pegar o voo as 22h05. Parece que o voo foi cancelado porque nem a tripulação conseguiu chegar. O próximo voo que poderiam nos colocar era só no domingo”, lamentou Yolanda Mello. Ela viajaria acompanha dos filhos, da nora e do marido.
Em nota, a Gol informou que levou funcionários por "via aérea" para driblar os bloqueios. Tanto a Gol quanto a TAM informaram que vão isentar os passageiros de taxas de remarcação.
Outros bloqueios e confrontos
Na Castello Branco, a PM negociou durante horas com um grupo que saiu de Barueri para protestar na altura do km 22 da estrada. Os PMs foram alvos de pedradas e revidaram com bombas e gás. Após a via ser desbloqueada, grupos seguiram para o centro de Barueri e destruíram portas de lojas. A Castello ficou fechada entre 17h48 e 21h26, segundo a concessionária que administra a rodovia.

No sistema Anchieta-Imigrantes, as interdições ocorreram em São Bernardo do Campo, na região do ABC. A Via Anchieta ficou fechada no km 18, nos dois sentidos, entre 19h30 e foi liberada totalmente às 21h05. A Imigrantes ficou fechada no km 16, nos dois sentidos, 18h40 e foi liberada às 21h. A Régis Bittencourt teve interdições em Juquitiba e em Embu das Artes entre 16h e 23h.
Pelas cidades
Os protestos também ocorreram em diversas ruas da capital paulista. Na região central, a Avenida Paulista foi novamente ocupada, desta vez por grupos contra o projeto da "cura gay", contra o "ato médico" e contra a PEC 37. Manifestantes saíram inicialmente da Praça Roosevelt e subiram a Rua da Consolação.

Entretanto, houve diversas concentrações de pessoas em outros pontos da capital. Entre as vias, foram afetadas a Ligação Leste Oeste, Ponte João Dias, Av. Sapopemba, Avenida Washington Luís, Av. Escola Politécnica e Av. Guilherme Cotching. No Ipiranga, a sede do Instituto Lula foi ponto inicial e de chegada de manifestantes que caminharam pelo bairro.

Os shoppings Center Norte, Lar Center e Tatuapé fecharam mais cedo por causa dos protestos. Na Zona Leste, grupos ocuparam a Radial Leste e caminharam mais de 7 km até a Avenida Paulista. Não foram registrados confrontos com a PM nas ruas da capital. Mas, Santo André e Barueri tiveram ação da PM para conter manifestantes.

O delegado Roberto Von Haydin Junior, do 2º Distrito Policial de Santo André, informou que sete manifestantes foram detidos e levados para a delegacia. Segundo ele, o vidro de uma viatura foi quebrado por uma pedra. Os jovens foram liberados e constarão como averiguados no boletim de ocorrência. Segundo o delegado, havia mais detidos em outros distritos policiais da cidade
A Polícia Militar buscou manifestantes no centro de Barueri e lançou bombas para dispersar aglomerações. Manifestantes foram revistados.
Paulista
 A Avenida Paulista, cartão-postal da cidade de São Paulo, teve três protestos em menos de quatro horas nesta sexta-feira (21). Cada manifestação tinha uma bandeira diferente e os protestos foram pacíficos. Os manifestantes protestaram contra a chamada "cura gay", o "Ato Médico” e a PEC 37.

Os participantes do protesto contra o “Ato Médico” eram profissionais da área de saúde, desde enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas a acupunturistas e optometristas (profissionais que, dentre outras atividades, fazem lentes de contato, óculos e aplicam próteses oculares). Chegaram à Paulista por volta das 19h30 e protestavam contra o projeto de lei aprovado no plenário do Senado nesta terça-feira (18), que lista procedimentos que só poderão ser feitos por médicos formados.
Cerca de 2 mil pessoas protestavam contra o projeto de lei que determina o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade, a chamada "cura gay".
Enquanto o protesto contra a “cura gay” se dispersava no Masp, o último chegava à Avenida Paulista vindo outro grupo vindo da Zona Leste. O grupo protestava contra a PEC 37, que tira poderes de investigação do Ministério Público.
G1

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