A Câmara Municipal do Rio cancelou as atividades previstas para esta sexta-feira (27), em virtude da ocupação de professores em greve. De acordo com a assessoria da Câmara, foram canceladas a audiência pública sobre remoções de imóveis para grandes eventos pela prefeitura, que seria as 10h, e a cerimônia de entrega da medalha Pedro Ernesto, marcada para 18h30.
Por volta das 10h30, professores da rede municipal permaneciam no plenário da Câmara, na Cinelândia, no Centro. Do lado de fora, cerca de 30 manifestantes passaram a noite em vigília em apoio aos profissionais de educação. O grupo, que está no local desde quinta-feira (26), é contra o Plano de Cargos e Salários da categoria, assinado pelo prefeito Eduardo Paes na quarta (24).
Ainda na quinta-feira, a sessão extraordinária que voltaria o Plano de Cargos e Salários foi suspensa devido ao tumulto causado pelo protesto dos grevistas. A próxima sessão está marcada para terça-feira (1º). Nesta sexta, uma nova assembleia da categoria está marcada.
"Não vamos nos retirar enquanto não retirarem o plano do Eduardo Paes. Não vamos sair da Câmara enquanto a categoria não for ouvida", disse um dos representantes dos profissionais de educação, na quinta-feira.
O protesto começou cedo, com manifestantes exigindo a apresentação de crachá das pessoas que queriam acompanhar a sessão, embora a PM tenha feito um cordão de isolamento para garantir o livre acesso ao prédio..
Batman e companhia
Três homens fantasiados fizeram sucesso entre os manifestantes. O já conhecido "Batman", que foi detido na quarta por usar máscara durante protesto contra presos em manifestações, ganhou a companhia do "Saci-Pererê" e de "Jack Sparrow" (veja a reportagem).
Ao todo, foram distribuídas 70 senhas para os professores acompanharem a sessão, mas o sindicato que representa a categoria afirma que nenhuma foi recebida por eles. Em contrapartida, os manifestantes fizeram uma espécie de "corredor polonês" para barra a entrada no local.
O novo plano prevê gratificação de acordo com a formação. As medidas vão atingir 43 mil profissionais de educação ativos e inativos e terão impacto de R$ 3 bilhões em 5 anos. Neste período, o reajuste salarial dos professores poderá chegar até 60%.
Proposta do Sepe recusada
Segundo o prefeito, as emendas equiparam a remuneração de professores com a mesma formação e que exercem a mesma função. A proposta feita pelo Sindicato dos Professores (Sepe) foi rejeitada e considerada "inviável".
"Pela proposta do sindicato, o professor se aposentaria ganhando R$ 130 mil. Eu concordo que o professor merece ganhar bem, mas tem que ser um salário que a prefeitura possa pagar", disse Paes, na quarta (24). Os profissionais de Educação representam 60% dos servidores municipais.
Corte de ponto
Ainda na quarta-feira (25), o Tribunal de Justiça do Rio derrubou a liminar concedida ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação que impedia o corte dos dias parados e outras penalidades com a greve dos professores do município. Com a decisão da desembargadora Geórgia de Carvalho Lima, o município pode descontar os dias não trabalhados pelos grevistas.
O prefeito Eduardo Paes afirmou que ainda vai avaliar se cortará ou não o ponto dos grevistas.
G1
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