domingo, 6 de outubro de 2013

Registro de enterro de 1º presidente civil se deteriora em Piracicaba, SP

Livros de registros do Cemitério da Saudade em Piracicaba (Foto: Leon Botão/G1)
Os registros de sepultamento de personalidades como Prudente José de Morais e Barro, o Prudente de Morais, primeiro presidente civil do Brasil, morto em 1902, se deterioram no  Cemitério da Saudade de Piracicaba (SP). Além do político, o local abriga ainda os túmulos do artista plástico Almeida Júnior, do médico Alfredo Cardoso, entre outros nomes famosos na cidade ou até nacionalmente.
As informações sobre essas pessoas sofrem as ações do tempo e um projeto de lei da Prefeitura e do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP) pretende restaurar os volumes e digitalizar os registros do cemitério. A proposta está em análise na Câmara. Os 15 livros que precisam do restauro têm registros de 1872 a 1948.
Livros de registros do Cemitério da Saudade em Piracicaba (Foto: Leon Botão/G1)
De acordo com o historiador e membro da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (Adec), Paulo Renato Tot Pinto, os livros guardam informações sobre a idade e a causa da morte de milhares de pessoas, além de apontar a localização dos túmulos. "Esse material é muito rico de dados para diversas áreas de pesquisa, inclusive para fazer árvores genealógicas", afirmou.
Para o especialista, o restauro é importante para preservar a memória das pessoas, da cidade e até do país. "Além das pesquisas pessoais, é possível fazer estudos sobre causas de morte comuns em determinados períodos, por exemplo", disse Pinto. Segundo o historiador, o manuseio errado e a ação do tempo contribuem para a deterioração dos volumes.
A reportagem do G1 teve acesso aos livros e registrou as páginas rasgadas, empoeiradas e com manchas, além das encadernações soltas e danificadas.
Restauração
O secretário de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba, Rogério Vidal, disse que o objetivo do projeto de restauração é recuperar os volumes estragados e digitalizar as páginas para que as consultas possam ser feitas sem a necessidade de manusear os livros. De acordo com o titular da pasta responsável pelo Cemitério da Saudade, o custo previsto é de R$ 55,5 mil.

Livros de registros do Cemitério da Saudade em Piracicaba (Foto: Leon Botão/G1)
Trabalho minucioso
O processo de recuperação dos registros será feito por uma equipe selecionada pelo IHGP. Segundo o presidente do instituto, Vitor Pires Vencovsky, cada um dos 15 livros exige um cuidado diferente. "Já fizemos uma análise prévia e dividimos em três graus de deterioração. Primeiramente, vamos arrumar cada página, colar partes rasgadas e higienizar para tirar micro-organismo que deterioram os livros", afirmou.

"Esse é um resgate histórico que a sociedade pede e precisa, por isso vamos fotografar as páginas e facilitar o acesso ao conteúdo dos livros", disse Vencovsky. Ele também afirmou que a intenção também é aproveitar o projeto para treinar pessoas para a restauração de livros e criar novos projetos na cidade.
G1

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