sábado, 1 de fevereiro de 2014

Ônibus são depredados e motoristas voltam para garagem em Porto Alegre

Sindicato dos Rodoviários Porto Alegre (Foto: Estêvão Pires/G1)
Seis ônibus da empresa VAP foram apedrejados no início da manhã deste sábado (1) em Porto Alegre, após a tentativa de funcionários de trabalharem normalmente apesar da greve que chega ao sexto dia na cidade. Por segurança, a empresa determinou o retorno dos veículos à garagem.

De acordo com o gerente de tráfego da empresa, 17 ônibus chegaram a deixar a garagem. Outros cinco ônibus da empresa Estoril e mais três da Navegantes também chegaram a ir para a rua. Do total de 25, nove foram depredados.
Motoristas e cobradores dos veículos depredados disseram não ter visto os autores, mas afirmaram que se tratavam de pedras grandes. O gerente afirma que a empresa tenta fazer sua parte após a Justiça do Trabalho ter considerado a greve "ilegal".
Um cobrador afirmou que gostaria de trabalhar, mas tem medo. O funcionário reclama que o sindicato não foi à sede da empresa conversar com os funcionários, que, segundo ele, estão "desorientados". Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), nenhum ônibus circula pela cidade.
No final da tarde desta sexta (31), os rodoviários decidiram em assembleia geral não aceitar a trégua proposta durante reunião de mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Mais cedo, representantes do Sindicato dos Rodoviários conversaram com parlamentares na Câmara Municipal de Vereadores para definir uma intermediação nas negociações entre trabalhadores, empresários e prefeitura.
Na última segunda-feira (27), os rodoviários restringiram a circulação de ônibus em Porto Alegre a cerca de 30% da frota. Na terça, a mobilização aumentou e a paralisação foi total. Desde então, os veículos são impedidos de transitar pelas ruas e avenidas da capital.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, solicitou na Justiça uma intervenção da Brigada Militar. O pedido foi reforçado à tarde.
O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul descartou a medida. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Airton Michels disse que uma ação policial "seria contraproducente, ilegal e ineficiente", disse.
Fortunati chegou a mencionar que se o pedido não for aceito, pedirá ajuda à Força Nacional. Mas segundo Michels, somente o governador Tarso Genro teria prerrogativa de pedir auxílio à União.

A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) ofereceram 5,56%, que garantiria a reposição da inflação. Duas reuniões de mediação foram feitas durante a semana no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região entre empresários, prefeitura e rodoviários. Na primeira, não houve acordo. Na segunda, ocorrida nessa quinta-feira (30), a categoria garantiu a retomada do serviço e descumpriu a promessa na manhã desta sexta-feira (31).

A greve dos rodoviários
O Sindicato dos Rodoviários pede reajuste de 14%, aumento de R$ 4 no vale-alimentação, manutenção do plano de saúde e melhoria nas condições de trabalho, entre outras pautas. A categoria alega que as negociações com as empresas de transporte não evoluíram desde o início do ano.

O TRT havia determinado que 70% da frota de ônibus circulasse em horários de pico (das 5h30 às 8h30 e das 17h às 20h) e 30% estivessem disponíveis nos demais horários, mas o sindicato decidiu descumprir a decisão, sob risco de pagamento de  multa diária de R$ 50 mil.
Na quarta (29), o TRT decidiu aceitar parcialmente uma ação judicial protocolada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) e reconheceu a greve como “ilegal”. Com isso, os dias parados poderão ser descontados dos salários dos empregados grevistas. Além disso, a corte aplicou multa de R$ 100 mil ao Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre.
G1

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