quinta-feira, 13 de março de 2014

Governo não contém revolta na base e tem 2º dia de derrotas na Câmara

O presidente da Câmara, Henrique Alves, preside sessão de votação no plenário (Foto: JBatista/Câmara)
Sem conseguir conter as insatisfações na base aliada, o Palácio do Planalto viveu nesta quarta-feira (12) um segundo dia de derrotas na Câmara com a aprovação de convites e convocações para que 10 ministros do governo Dilma Rousseff prestem esclarecimentos em diversas comissões da Casa. Além disso, o PSCanunciou sua “independência” do governo federal em votações de projetos.

Nesta terça (11), contrariando o governo, o plenário da Câmara já havia aprovado a criação de uma comissão externa para investigar denúncias de propina na Petrobras. A manobra da base aliada para demonstrar força em relação ao Planalto continuou nesta quarta.

Com presença em peso nas comissões temáticas, parlamentares da oposição e de partidos da base aliada que integram o “blocão” derrotaram o PT e conseguiram aprovar a convocação de quatro ministros, além de convite a outros seis e à presidente da Petrobras, Graça Foster.


Só na Comissão de Fiscalização e Controle, onde o embate entre petistas e integrantes do “blocão” foi mais duro, foram convocados os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Manoel Dias (Trabalho) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da União). Como se trata de convocação, eles serão obrigados a comparecer.

Já a dirigente da Petrobras e os ministros Aldo Rebelo (Esporte), Arthur Chioro (Saúde), Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicações), Francisco Teixeira (Integração Nacional) e Moreira Franco (Aviação Civil) foram convidados a dar explicações ao Legislativo e não têm obrigação legal de comparecer. 

O prazo regimental para eles irem à Câmara é de até 30 dias. Além do PT, apenas PP e PDT se opuseram às convocações e convites.
A insatisfação tem vários motivos: não cumprimento de acordos quanto à liberação de recursos de emendas parlamentares, demora em concluir a reforma ministerial, exclusão das decisões políticas e de lançamentos de programas do governo federal. Para estancar a crise, a presidente resolveu acelerar a troca de ministros e concluir as substituições até sexta.Diante das derrotas sucessivas, o líder do governo  na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o Planalto está mobilizando reuniões com lideranças partidárias numa tentativa de reduzir a “tensão” com a base. Ele também responsabilizou a reforma ministerial pelo agravamento da crise.

“Não há o que comemorar nessa situação, mas também não há motivo para arrancar os cabelos. Estamos fazendo reuniões com os partidos, com lideranças de legendas. Como isso [crise com a base aliada] acontece em meio a uma reforma ministerial, tem um condimento a mais", afirmou.

"Vamos agir com independência. Encaminhar as votações da maneira que considerarmos melhor para o país. Vamos dizer sim, se acharmos que o projeto é positivo, e não, se entendermos que não é. Não estamos rompendo com o governo nem aderindo à oposição", disse o líder do PSC, deputado André Moura (SE).
Independência
Enquanto o governo trabalha para tentar “desarticular” o blocão com negociações para que siglas governistas deixem o grupo, algumas legendas aliada avaliam se adotam postura de independência no Legislativo.

Em reunião na tarde desta terça, a bancada do PSC anunciou que não vai mais aderir, necessariamente, à posição do Planalto na deliberação de projetos na Câmara.


O PSC sempre participou das reuniões da base aliada no Palácio do Planalto e na Câmara sobre as votações do Congresso. A sigla, porém, é uma das integrantes do "blocão" – grupo formado por partidos da base insatisfeitos com os rumos da relação com o Palácio do Planalto.

Nesta terça (11), o PMDB, maior partido governista, também anunciou que não seguiria mais necessariamente a orientação do Planalto em decisões do Legislativo.

Documento aprovado pelos deputados peemedebistas diz que a bancada "reafirma sua intenção de se conduzir com independência, visando o melhor entendimento sobre as matérias, de acordo com a posição da maioria em cada votação".
G1

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