domingo, 24 de julho de 2011

Miranda Kassin faz concorrido show-tributo à Amy Winehouse Cantora cover apresentou na madrugada paulistana o projeto I Love Amy. Repertório do espetáculo não teve apenas músicas da artista britânica.

 Gustavo Miller
Do G1, em São Paulo
 Rosas vermelhas espalhadas pelo palco, vestido preto, óculos escuros e um copo de uísque. Foi essa combinação “fúnebre” que Miranda Kassin escolheu ao apresentar um concorrido show-tributo à Amy Winehouse na madrugada deste domingo (23). A cantora cover da artista roda por São Paulo há três anos com o bem-sucedido espetáculo I Love Amy.
Apesar de o show estar marcado para a 1h, desde às 23h era possível ver uma pequena aglomeração ao redor do Studio SP, que cobrou R$ 30 de entrada. Boa parte do público era formada por fãs de Amy, que souberam do tributo pelo noticiário e foram ali prestar homenagem à artista de 27 anos, encontrada morta neste sábado (22)m em Londres. Segundo uma funcionária da casa, a partir das 17h houve uma procura “nunca vista antes” pelos ingressos da apresentação agendada há semanas. A capacidade máxima do local é de 500 pessoas.
“Soube que ela morreu do nada, fui ver o que tinha de bom na [Rua] Augusta e demos sorte”, comentou o publicitário Tarcus, que foi acompanhado de um grupo de amigos e estava na fila desde a meia-noite.
O clima do lado de fora do Studio SP não era de luto. Não havia cantoria, muito menos mulheres maquiadas com olhos de gatinha ou com o “penteado colmeia” que tornaram a artista conhecida. O que se via eram diversos grupos de amigos tomando cerveja tranquilamente. “A gente veio relembrar os bons momentos da carreira dela”, definiu a jornalista Mônica Moreira, de 45 anos. “O legado que ela deixará é o potencial de sua voz. As letras que ela escreveu também, como ‘Rehab’, que fez de coração”.
Se o público estava a fim de diversão, o mesmo não se pode dizer de Miranda Kassin. Antes do show, que atrasou e só começou às 2h, a cantora concedeu diversas entrevistas, sempre com a mesma expressão de luto.
A postura se repetiu no palco, que teve uma rápida introdução do ator André Frateschi, baterista da banda de apoio, marido de Miranda e cover de David Bowie nas horas vagas. “Hoje é um dia muito peculiar para a gente e certamente vai ser o show mais difícil que a gente já fez. Tem bastante banda e DJ ao redor do mundo prestando homenagem à Amy esta noite, então vamos acender mais uma luzinha”, pediu, antes de cantar “My girl”. O hit dos The Temptations serviu para chamar a cantora até o palco.
Miranda abriu com “Addicted” e “Stronger to me”, canções menores do repertório de Amy que não provocam grande impacto no público. Com a voz embargada, ela termina as canções, pede uísque e óculos escuros para a produção e avisa: “já chorei bastante, daqui pra frente é só alegria”.
Com o sucesso “You know I’m no good” acontece o primeiro momento de interação. O refrão é cantado em uníssono, um homem na frente do palco chora e canta com os olhos fechados. Ela termina a canção e pergunta ao público qual música deve cantar. “Rehab”, escuta, mas opta por “Back to black”, outro hit de Amy. Dá certo, mas o que vem depois é um repertório que atira para todos os lados.
Apesar de ser vendido como um show-tributo e realmente ser calcado inteiramente no álbum “Back to black”, Miranda canta de Quincy Jones “Miss celie’s blues” a The Doors (“Light my fire”). Nem Britney Spears (“Toxic”) fica de fora.
Essas covers, que jamais passariam pela boca de Amy, deixam uma má impressão em relação ao projeto. “Tenho uma consciência tranquila, sei que as pessoas podem ter uma opinião equivocada sobre o espetáculo. É um projeto que existe desde 2009”, defende-se Miranda.
A cantora revela que não pretendia continuar com o show, pois até o final do ano deve lançar um álbum solo. Mas... “O intuito sempre foi focar na minha carreira de intérprete, agora seria na de compositora. Mas, sei lá, fui pega muito de surpresa [com a morte]. Seria muito triste parar com o projeto”.
 

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