segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Presidente sírio parabeniza Forças Armadas após mais de 100 mortes


Do G1, com agências internacionais
Um dia após a dura repressão a protestos do governo que deixaram mais de 100 mortos no país, presidente sírio Bashar al-Assad parabenizou nesta segunda-feira (1º) as Forças Armadas , "símbolo do orgulho", durante as celebrações do 66º aniversário da sua criação, informou a agência oficial SANA.
"Felicito cada soldado e o parabenizo pelo 66º aniversário de criação das Forças Armadas árabes da Síria que defendem seus direitos frente aos planos agressivos que atravessam nosso presente e nosso futuro", saudou o presidente em um discurso.
"Estou certo de que somos capazes, com a clarividência do nosso povo e nossa unidade nacional, de frustrar este novo episódio de um complô planejado que visa dividir a Síria, um prelúdio da partilha da região em pequenos estados que lutam entre si", afirmou al-Assad.



"A Síria rejeita esta conspiração e seus conspiradores", bradou o presidente. "Estamos mais determinados do que nunca em seguir com a nossa política", acrescentou.
"Eles querem criar divisões, mas juntos iremos frustar estas ações e iniciar as reformas globais. Estas sim não irão parar", encerrou o mandatário.
139 mortos
De acordo com grupos de direitos humanos, mais dois civis morreram na madrugada desta segunda-feira (1º) em Hama, cidade reduto dos rebeldes sírios, onde o Exército do país lançou no domingo uma ofensiva que causou a morte de mais de 100 pessooas.
"Logo ao amanhecer foram ouvidos tiros no bairro de Hamidiyé. Duas pessoas morreram durante operação das forças de segurança no local', afirmou Rahman Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

De acordo com a organização, o Exército sírio matou 139 pessoas no país no domingo, a maioria em Hama.
Grupos locais de direitos humanos acusam o governo de reprimir violentamente os protestos pró-democracia, mas o governo afirma que as manifestações são manipuladas por grupos que querem desestabilizar o país.
Desde o início da rebelião, e os confrontos deixaram mais de 1.900 mortos, incluindo mais de 1.500 civis, segundo um balanço do OSDH.
Mais de 12 mil pessoas foram presas, segundo o grupo.
RepercussãoA comunidade internacional condenou a violência na Síria onde, em um dos dias mais violentos desde o início dos protestos contra o governo em março.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que está consternado e horrorizado com o uso de "violência e brutalidade contra seu próprio povo" por parte do governo sírio e acrescentou que os Estados Unidos continuarão a trabalhar para isolar o governo de Assad.
A União Europeia afirmou que os ataques das forças de segurança contra os manifestantes não tem justificativa e o governo da Itália pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para adotar uma posição firme contra a Síria.
Grã-Bretanha, França e Alemanha também condenaram a reação violenta do governo sírio.
O governo da Turquia, por sua vez, afirmou que o mundo muçulmano está profundamente decepcionado pela violência crescente no país.

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