domingo, 23 de outubro de 2011

Defesa vai pedir para Justiça soltar motorista de Hilux preso por 2 mortes


Kleber TomazDo G1 SP
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Motorista volta do IML, onde se recusou a fazer exame de dosagem alcoólica, para o 89º DP (Foto: Kleber Tomaz/G1)Motorista volta do IML, onde se recusou a fazer exame de dosagem alcoólica, para o 89º DP no sábado (Foto: Kleber Tomaz/G1)

A defesa do gerente de banco Fernando Mirabelli, de 32 anos, preso na manhã de sábado (22), sob a suspeita de dirigir seu Toyota Hilux SW4 bêbado, em alta velocidade e ainda atropelar três funcionários de uma prestadora de serviços da Prefeitura de São Paulo, matando dois deles, vai entrar com um recurso na Justiça para que seu cliente responda aos crimes em liberdade. Os ajudantes de jardinagem mortos serão enterrados neste domingo (23) num cemitério da Zona Norte.

Os advogados Alexandre de Thomazo e Emerson Martins, que defendem Mirabelli, devem entrar com um pedido de soltura no Tribunal de Justiça de SP a partir de segunda-feira (24).

“Entendemos que nosso cliente tem bons antecedentes, é primário, ou seja, nunca cometeu qualquer crime antes ou se envolveu num acidente dessa natureza, trabalha e tem residência fixa. Essas serão, em princípio, as alegações que faremos à Justiça para que ele responda às acusações livre”, disse neste domingo o advogado Alexandre de Thomazo ao G1.

O atropelamento protagonizado por Mirabelli ocorreu na Marginal Pinheiros, no trecho que dá acesso à Ponte Engenheiro Ary Torres, na região do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. A defesa do motorista alega que ele foi fechado por um caminhão e perdeu o controle do Hilux. Testemunhas negam que isso tenha ocorrido e afirmam que ele estava a 120km/h numa via onde a velocidade máxima permitida é de 60 km/h.
 
EnterroNo acidente, o carro do bancário atingiu Aldenir Abrantes Dantas, de 21 anos, que está internado com fraturas no hospital Santa Marcelina, na Zona Leste, e pelas mortes de Alex Damasceno Souza, 26, e Roberto Pires de Jesus, 36. Eles deverão ser enterrados no cemitério da Vila Nova Cachoeirinha.

Coincidentemente, esse foi o primeiro fim de semana de intensificação de blitzes da lei seca pela Polícia Militar na capital. Agora, elas vão até as 6h. O acidente em questão ocorreu às 7h30.

Mirabelli foi indiciado pela Polícia Civil por embriaguez ao volante, homicídio doloso e tentativa de assassinato. Após recusar o teste do bafômetro feito pela PM, e o exame de dosagem alcoólica no Instituto Médico Legal, ele foi submetido à análise clínica do médico do IML que constatou embriaguez.

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico Científica vão analisar o automóvel para tentar determinar a velocidade que o Hilux estava no momento em que atropelou as vítimas.
No entender do 89º Distrito Policial, no Portal do Morumbi, onde o caso foi registrado, o condutor assumiu o risco de matar e por isso não cabe fiança para que ele seja solto.

TransferênciaNa manhã deste domingo, o bancário foi transferido para o 91º DP, Ceasa, onde aguardará uma vaga em alguma unidade prisional. Caso seja condenado na Justiça pelos crimes, poderá pegar pena de 6 anos a 20 anos de reclusão.

Quando foi detido no sábado, Mirabelli que não quis falar com a imprensa. De acordo com um de seus advogados, o bancário não falou se havia bebido. “Aparentemente ele não estava bêbado quando falei com ele na delegacia”, disse Thomazo.

A defesa do suspeito quer aguardar os laudos técnicos do IC para poder se pronunciar sobre os resultados dos testes no Hilux, que foi apreendida para análise. “Só posso dizer que quando fui ao local do acidente, o airbag não foi acionado. Deve ter acontecido algum problema no carro para isso ter acontecido. Se ele estava em alta velocidade como as testemunhas disseram, acho que o sistema de airbags deveria ter sido acionado, mas não foi”, comentou o advogado.

Em seu depoimento à polícia, o bancário alegou que voltava de uma casa noturna em Guarulhos, na Grande SP, em direção à casa dos pais, no Campo Belo, em São Paulo, quando foi fechado por um caminhão, perdeu o controle do seu Hilux e atropelou os trabalhadores que faziam manutenção do canteiro central da via.

Garrafas vaziasDe acordo com o tenente Luís Gomes, comandante da 1ª Companhia do 1º Batalhão de Trânsito da PM, Mirabelli, que mora em São Bernardo do Campo, no ABC, afirmou foram encontradas garrafas de bebidas alcoólicas no Hilux. Revoltadas com o atropelamento dos ajudantes, pessoas que passavam pelo local chegaram a agredir o motorista. Ele precisou ser levado para o Hospital Universitário.

Do lado de fora do 89º DP, parentes dos dois ajudantes mortos buscavam cópias do boletim de ocorrência para conseguir a liberação dos corpos de seus familiares.

Em nota, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse estar inconformado com o acidente. A Prefeitura afirmou que dará apoio aos familiares das vítimas.

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