segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Confrontos no Cairo deixam ao menos 20 mortos em dois dias, diz TV


O Ministério da Saúde do Egito disse nesta segunda-feira (21) que os confrontos entre manifestantes e a polícia na praça Tahrir, no Cairo, já deixaram ao menos 20 mortos, segundo informou a TV estatal egípcia, sem dar mais detalhes.
A TV árabe Al-Jazeera, que também citou o ministério como fonte, disse que as 20 mortes ocorreram desde domingo.
Fontes do necrotério afirmam que pelo menos 33 pessoas teriam morido, mas não havia confirmação oficial.
A polícia egípcia entrou em confronto novamente nesta segunda-feira com manifestantes pró-democracia ao tentar desalojá-los da Praça Tahrir, quando mantinham um protesto iniciado na semana passada pela transferência mais rápida do poder dos militares para os civis, disseram testemunhas.
Manifestante tem olho lavado com leite para se proteger do gás lacrimogênio, no terceiro dia de embates com a polícia na praça Tahrir (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)Manifestante tem olho lavado com leite para se proteger do gás lacrimogênio, no terceiro dia de embates com a polícia na praça Tahrir (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)
A polícia usou gás lacrimogêneo e atacou um hospital de campanha enquanto manifestantes arrancavam blocos das vias públicas para lançá-los contra os policiais.
Um incêndio teve início num prédio nas imediações e os bombeiros tiveram dificuldades para resgatar moradores por causa da ação da polícia contra os manifestantes, o que irritou pedestres que passavam pela área. Alguns moradores do edifício tentavam escalá-lo para ajudar as pessoas que não conseguiam sair de lá.
A explosão de violência no Egito é a mais grave desde a derrubada do ex-ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. As cenas dos protestos lembram os 18 dias de manifestações que levaram à queda de Mubarak depois de três décadas no poder, no contexto da chamada Primavera Árabe, de contestação dos regimes totalitários nos países muçulmanos.
Na Praça Tahrir, manifestantes gritavam frases hostis aos militares e pediam a queda do marechal Hussein Tantawi, que comanda o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que governa o país desde a queda de Mubarak.
A manifestação, iniciada há vários dias, tinha como objetivo pedir julgamento rápido de policiais e líderes responsáveis pela violência que causou a morte de 850 pessoas e deixou milhares de feridos durante os protestos de janeiro e fevereiro.
O Egito realizará em 28 de novembro as primeiras eleições parlamentares desde a destituição do regime de Mubarak.
Ministro renuncia
O ministro da Cultura do Egito renunciou em protesto contra a repressão, informou a agência oficial Mena.
Emad Abu Ghazi entregou sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas - que assumiu o poder quando Hosni Mubarak foi tirado do poder - em protesto contra a forma que o governo conduziu os recentes eventos na Praça Tahrir.

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