sábado, 31 de dezembro de 2011

Violência deste ano supera 2010 no Estado da Paraíba



A operação de combate aos crimes de pistolagem na Paraíba que culminou com a descoberta de mais de cem assassinatos praticados por encomendas, principalmente na área do Sertão paraibano e outras operações direcionadas para o combate a criminalidade do estado são motivos de comemoração por parte da Segurança Pública que pretende no próximo desenvolver outras ações para reprimir crimes patrimoniais, homicídios, tráfico de droga, entre outras modalidades de crimes. Apesar da comemoração, na analise dos números e na avaliação dos trabalhadores em Segurança Pública, o setor vive um momento delicado.

Denominados de Crimes Violentos Letais e Intencionais, com uma média de quatro assassinatos por dia, a ocorrência de homicídios na Paraíba tem provocado o acúmulo de inquéritos policiais nas Delegacias de Homicídios, como também das demais cidades sem identificação dos autores.

O envolvimento com o tráfico de droga, disputa pelo comando de bocas de fumo e dívidas com traficantes são os principais motivos dos assassinatos.

Na tentativa de resolver casos de homicídios não esclarecidos a Secretaria da Segurança e Defesa Social solicitou a presença da Força Nacional de Segurança que teve a sua presença renovada pelo Ministério da Justiça.

Segundo estatística da área de segurança, 2011 apresentou um total, até novembro de 1.407 assassinatos na Paraíba, número superior ao ano passado, com o registrou de 1.370, sendo o mês de março com a ocorrência de 157 crimes, o mais violento.

De acordo com levantamento, até o mês de novembro já havia registrado 534 homicídios contra 469 de 2010. Campina Grande, Patos, São Bento e Sapé, até novembro tinham contabilizado aumento no número de assassinatos em relação ao ano passado.

Algumas cidades da Paraíba não registraram nenhum assassinatos, entre elas estão Aguiar, Algodão de Jandaíra, Amparo, Areia de Baraúna, Baraúnas, Belém Brejo do Cruz, Bonito de Santa Fé, Cachoeira dos Indios, Cacimbas, Campo de Santana, Caraúbas, Condado, Congo, Coxixola, Cubati, Curral de Cima, Curral Velho, Gado Bravo, Galante, Itabaiana, Itapororoca, Jericó, Junco do Seridó, Lagoa Nova, Marizópolis, Massaranduba, Mogeiro, Nova Olinda e Olho D'agua.

Em 2010 a cidade de João Pessoa registrou 469 homicídios, enquanto que 2011, no período de janeiro a novembro foram computados 534 assassinatos com um aumento de 65 crimes.

O ano de 2011 deve terminar com um saldo violento: mais de 1.600 paraibanos assassinados, segundo projeção da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social.

Em 2010 foram 1.485 mortes. Do total dos homicídios ocorridos na Paraíba, apenas 40% são solucionados, ou seja, mais da metade dos crimes não têm a autoria identificada, o que significa que, este ano, aproximadamente, 960 assassinos estão soltos e impunes.

Enquanto isso, as famílias das vítimas choram e lamentam o primeiro Natal e o primeiro Réveillon sem seus parentes.

O secretário disse que de 2009 para 2010 houve um aumento de 24,9% no número de homicídios e, se nossas expectativas forem confirmadas, deverá haver um aumento de 6% de homicídios se compararmos 2010 e 2011, ou seja, a curva de crescimento deve cair.

O secretário Cláudio Lima também afirmou que o percentual de 40% de homicídios solucionados no Estado é pouco.

No primeiro ano de governo Ricardo Coutinho a operação de maior destaque foi "Laços de Sangue", que ganhou destaque nacional, inclusive com reportagem exclusiva no Programa "Fantástico" da Rede Globo. As mortes eram provocadas por uma rixa entre duas famílias, que vinha se arrastando há décadas.

O governo também comemora ações contra tráfico de drogas, de combate ao crime organizado, prisão de grupos envolvidos com a clonagem de cartões de crédito e débito, roubo e adulteração de veículos.

A Segurança também destaca em 2011 a capacitação de mais de 1700 integrantes dessas corporações, a nomeação de 150 policiais civis aprovados no concurso em 2008, convocação de 700 policiais militares para Curso de Formação e ainda a promoção de 78 militares e 675 Policiais Civis.

Com opinião divergente, o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil da Paraíba, Isaias Olegário, disse que a Polícia Civil não tem muito que comemorar, pois o governo não oferece incentivos ao policial.

Para o presidente do Sindepol, o governo do Estado já deveria ter chamado os concursados que inclusive já concluíram academia. Ele disse que são cerca de 350 concursados para serem nomeados.

Em termos de investimentos o delegado Isaias Olegário revelou que foram poucos. A aquisição de material foi pouca, as viaturas são locadas. O sindicalista lembrou que no geral todos aguardam um melhor entendimento do governo do estado com a categoria.

Já o coronel Francisco de Assis, presidente do Clube dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiro Militar da Paraíba, considera um retrocesso o governo Ricardo Coutinho para a segurança pública, em particular a Polícia Militar.

Para ele não houve avanço, olhando pelo aspecto material praticamente nada foi agregado a corporação, lembrando que o militar está andando maltrapilho pela não distribuição de fardamento levando o sub comandante a mandar prender um soldado.

Ele revelou que o policial está desestimulado, desmotivado porque a parte de política de pessoal foi para a estaca zero, a parte de treinamento deixou muito a desejar. Para Francisco, com esses dois seguimentos os dados mostram uma diferença muito grande do que vem sendo amplamente divulgado pelo governo do Estado. O que se vê, lembra, é o grande aumento da violência.

Em relação a concursos, ele anuncia o aumento do efetivo, mas não divulga que esse pessoal que está sendo incorporado é de concursos realizados em governos anteriores e que concluíram os cursos este ano. Em relação ao concurso para oficial esse é normal e existe todos os anos.

Wscom com Vicente Conserva

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