terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Começa 1º julgamento contra o juiz espanhol Baltasar Garzón


O juiz espanhol Baltasar Garzón se sentou pela primeira vez nesta terça-feira (17) no banco dos réus por ordenar supostas escutas ilegais em um caso de corrupção, primeiro processo contra o magistrado que, em uma semana, será julgado por tentar investigar crimes do franquismo.
Garzón é acusado de "uso de instrumentos de escuta e gravação em violação das garantias constitucionais" na investigação de um escândalo de corrupção conhecido como "caso Gurtel", que, no início de 2009, envolveu funcionários de alto escalão do Partido Popular (PP, direita), que governa na Espanha desde dezembro.
O julgamento na Suprema Corte de Madri começou, diante de uma forte expectativa da mídia, com a leitura do caso.
Baltasar Garzon (centro) dixa a Suprema Corte em pausa em julgamento (Foto: Andrea Comas/Reuters)Baltasar Garzon (centro) dixa a Suprema Corte em pausa em julgamento (Foto: Andrea Comas/Reuters)
"O juiz (Garzón) quis intervir nas comunicações dos advogados com os detentos Francisco Correa e Pablo Crespo", leu a auxiliar judicial, enquanto o juiz, que compareceu vestido com sua toga de magistrado, ouvia as acusações a partir do banco dos réus, sentado junto ao seu advogado Fracisco Baena Bocanegra.
Garzón ordenou estas escutas na prisão por suspeitar que os advogados participavam das atividades criminosas de seus clientes. Os advogados denunciam, por sua vez, uma violação do direito fundamental à defesa.
Se for declarado culpado, o juiz, que ficou internacionalmente famoso nos anos 1990 ao tentar obter a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, pode ser condenado a até 17 anos de desqualificação profissional, o que significaria o fim de sua carreira.

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