segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Família de Brasília que estava em navio que naufragou volta para casa


O servidor público João Squefi, a mulher e os filhos dele, que estavam a bordo do navio  que naufragou na costa da Itália na sexta-feira (13), desembarcaram em Brasília na noite deste domingo (15).
Na chegada, eles contaram a experiência que viveram no momento do acidente. "Nós sentimos um baque muito forte no navio e a luz se apagou. O navio começou a adernar de um lado para o outro. A empresa [Costa Cruzeiro] dizia que era um problema elétrico. Aos poucos, nós fomos percebendo que a situação era muito grave", relatou Squefi.
O filho, Eyke Squefi, se lembrou de levar os remédios da mãe na mochila. “Eu podia ter morrido, meus remédios são de sobrevivência”, falou Rose. Até então, eles não sabiam que o que estava ocorrendo era grave. Antes de soar o alarme de emergência, eles ouviram mensagens codificadas.
Rose contou detalhes do acidente. "Teve gente que andou no casco, andou segurando em cordas, teve quem se machucou porque estava no restaurante e voaram pratos, talheres e copos. Parecia tudo tão seguro até a hora que tocou o alarme", disse. A família encontrou o deck lotado. “Tinha gente sem sapato, idosos que não conseguiam andar e muitas crianças”, lembrou o casal.
As informações na hora de embarcar nos barcos salva-vidas eram confusas. “Primeiro eles disseram para entrar, depois falaram para não entrar”, disse Eyke.
Segundo João Squefi, o atendimento por parte da companhia não foi bom, mas a guarda marinha e a população local deram apoio. "Passamos a noite inteira na ilha [de Giglio], no frio, sem ajuda da empresa. Só a população local ajudou. O pessoal da Itália foi solidário", desabafou.
A família passou a noite em uma igreja. Na manhã seguinte, foram de barco para o continente, em uma viagem de três horas. Depois, se dirigiram de ônibus, durante seis horas, para Savona.
Como ficaram sem passaportes, as autoridades italianas forneceram documentos provisórios. “Para todos os estrangeiros que estavam sem passaporte, esse era o documento único que comprovava que você era um náufrago”, afirmou João Squefi. Pais e filhos ainda foram ao consulado brasileiro em Milão, onde conseguiram autorização para seguir viagem ao Brasil.
O acidente foi no último dia de férias da família. Duas noites antes de o navio tombar, a filha do casal, Kristal Squefi, disse que teve um pressentimento. “Senti uma angústia de que algo ia acontecer, uma coisa muito ruim, mas eu não sabia o que era”.
 Vítimas
As equipes de resgate encontraram nesta segunda-feira (16) o corpo de um homem no navio Costa Concordia. Esta é a sexta vítima fatal do acidente.  
O corpo estava em uma seção não inundada do navio. O homem era um passageiro e vestia um colete salva-vidas. A identidade ainda não foi revelada.
O acidente, ocorrido na noite da última sexta-feira, próximo à ilha de Giglio, a cerca de 40 quilômetros da costa, deixou pelo menos 40 feridos, dois deles em estado grave. Ao menos 14 pessoas continuavam desaparecidas. As buscas prosseguiam nesta segunda-feira.

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