sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Família de homem que rasgou notas de escolas paga fiança, diz advogado


O advogado da Império de Casa Verde, Eduardo Lemos de Moraes, informou nesta sexta-feira (24) que a família do autônomo Tiago Faria, de 29 anos, realizou o pagamento da fiança de R$ 12,4 mil. Moraes espera que o membro da escola de samba seja solto ainda nesta sexta. Tiago e Cauê Ferreira, da Gaviões da Fiel, foram presos durante o tumulto ocorrido na apuração do carnaval de São Paulo, nesta terça (21), por invadir a área onde era feita a divulgação das notas do carnaval paulistano no Sambódromo do Anhembi, interrompendo a apuração.
Cauê e Tiago foram levados para a penitenciária de Trembembé, no interior de São Paulo. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), até as 10h desta sexta o alvará de soltura dos dois detidos não havia sido expedido pela Justiça.
O valor da fiança foi fixado nesta quinta (23) pela Justiça para que eles respondam pelos crimes de supressão de documento e dano ao patrimônio em liberdade. O pedido de soltura foi feito pela Gaviões da Fiel. O advogado da Gaviões, Davi Gebara Neto, não informou até as 10h desta sexta se Cauê realizou o pagamento da fiança.
Tiago e Cauê são acusados pela Polícia Civil de roubarem e rasgarem envelopes com cédulas dos resultados dos jurados e danificarem a estrutura do local. Eles teriam ficado insatisfeitos com as notas que estavam sendo dadas e a decisão da organização em continuar a apuração.
Em depoimento na Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), Tiago confessou ter destruído as notas, mas negou o dano. Em sua defesa, Cauê alegou ser inocente das duas acusações e afirmou que só havia pulado o cercado após a confusão generalizada no local. Câmeras de TV gravaram o momento da invasão e ajudaram na identificação dos suspeitos.
Polícia CivilA confusão ocorrida no Anhembi culminou na perda das notas da apuração. Também provocou tumulto envolvendo membros das escolas e policiais militares dentro e fora do sambódromo. Imagens de TV mostraram fãs da Gaviões chutando portões. Um carro alegórico da Pérola Negra chegou a ser incendiado. A Mocidade Alegre foi declarada campeã.
O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, investiga a suspeita de que a invasão no Anhembi tenha sido “orquestrada”por dirigentes das agremiações. Para isso, ele analisou cenas gravadas pelas TVs. Pelo menos seis escolas estão sob investigação: Império da Casa Verde, Gaviões da Fiel, Camisa Verde e Branco, Vai-Vai, Pérola Negra e Tom Maior. Império e Gaviões negaram ter combinado algum ataque no Anhembi e também afirmaram que os dois presos, apesar de serem ligados às escolas, não pertencem às respectivas diretorias.
Na quinta, Alexandre Salomão, diretor da Camisa, foi indiciado pela Polícia Civil pelos mesmos crimes atribuídos a Tiago e Cauê. Ele, que não foi preso, aparece em imagens da TV rasgando documentos. Após deixar a delegacia, o dirigente negou que tenha invadido a área restrita para rasgar notas. Alegou que estava procurando as cédulas com os resultados.
Outros diretores das demais escolas suspeitas de participar da invasão devem prestar depoimento nesta sexta.
O prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD), reafirmou nesta quinta-feira que os responsáveis pela invasão e confusão no Anhembi identificados pela polícia devem ser punidos com rigor pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo.

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