Os recentes flagrantes de passageiros viajando sobre os trens, pendurados ou caminhando pelos trilhos da linha férrea no Rio de Janeiro levaram a SuperVia, empresa responsável pelo serviço de trens urbanos da Região Metropolitana do Rio, a decidir ampliar o sistema de segurança em suas linhas. De acordo com o presidente da concessionária Carlos José Cunha, policiais militares passarão a integrar, a partir de abril, o quadro da segurança da SuperVia.
“Assinamos no início deste mês um convênio com o Governo do Rio de Janeiro e teremos, em cerca de 30 dias, policiais militares trabalhando com a SuperVia em seus horários de folga. O prazo para a inscrição dos interessados já está aberto e nas próximas semanas os policiais militares receberão treinamento para a atuação nas linhas e plataformas. Eles estarão devidamente equipados, armados e fardados”, diz Cunha, em entrevista ao G1.
A decisão de recorrer ao policiamento ocorre poucos meses depois da implantação do novo Centro de Controle da SuperVia, que contou com um investimento de R$ 40 milhões em 2011. De acordo com o presidente da concessionária, já a partir de abril a SuperVia passará a contar com cerca de 40 policiais militares.
“Ainda é um efetivo pequeno, mas hoje trabalhamos apenas com agentes de controle e há uma pequena participação do Núcleo Ferroviário, com cerca de 80 policiais que atuam em rondas. Percebemos a necessidade de uma força policial efetiva, que tenha condições de agir rapidamente”, afirma. A SuperVia estima que serão necessários pelo menos 200 policiais para o monitoramento da segurança em todo o sistema.
Nos últimos meses, apesar do novo Centro de Controle em funcionamento, internautas do G1 registraram ocorrências de passageiros “surfando” sobre trens, pendurados em portas e caminhando pela via após problemas técnicos nas composições. As câmeras de segurança da SuperVia também registraram ocorrências de irregularidades, como o flagrante de passageiros invadindo a bilheteria na Estação Madureira, em fevereiro. Assista aos vídeos
As mudanças no perfil da segurança pretendem evitar que casos como esses se repitam. De acordo com a SuperVia, em 2011 foram registradas 198 ocorrências de depredação do patrimônio e vandalismo. O problema é o mais crítico enfrentado pela concessionária no que diz respeito à segurança, e ultrapassa até casos de roubo e furto registrados em trens e plataformas, que juntos somam 59 ocorrências, segundo a SuperVia.
A SuperVia recebe, todos os dias, 540 mil usuários. Para garantir a ordem nos trens e estações, a concessionária conta atualmente com 700 funcionários, entre os quais estão agentes de controle responsáveis por orientar os passageiros e acionar a polícia quando é necessário. Para auxiliar no monitoramento das linhas, a SuperVia conta também com 300 câmeras instaladas. Outras 100 já foram adquiridas e devem entrar em funcionamento nos próximos dias.
“A quantidade de câmeras ainda é pequena, mas além do policiamento está prevista a ampliação do programa de instalação desses equipamentos. Devemos chegar a mil câmeras. Outra medida para evitar o risco à vida dos usuários é a aquisição de novos trens já com câmeras internas e externas”, diz Cunha.
O novo Centro de Controle, que segundo a SuperVia está em funcionamento desde janeiro deste ano, monitora a circulação de trens e integra todo o sistema de comunicação com composições e estações, além das câmeras de segurança.
Atuação policial
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, policiais militares iniciarão a atuação na SuperVia ainda no primeiro semestre deste ano, de acordo com as normas estabelecidas pelo Proeis, o Programa Estadual de Integração na Segurança. O convênio não tem data definida porque segue em análise na Casa Civil.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, policiais militares iniciarão a atuação na SuperVia ainda no primeiro semestre deste ano, de acordo com as normas estabelecidas pelo Proeis, o Programa Estadual de Integração na Segurança. O convênio não tem data definida porque segue em análise na Casa Civil.
Segundo a Secretaria, o policial inserido no programa ganhará a cada turno de oito horas trabalhadas a quantia de R$ 175,00, se for oficial, e R$ 150,00, se for praça. Cada PM inserido no programa pode trabalhar até 12 turnos em um período de 30 dias para que seu trabalho no batalhão onde for lotado não seja prejudicado.
A previsão é de que 700 policiais militares trabalhem na SuperVia quando o programa estiver totalmente em operação. O Proeis pretende atender profissionais que desejam um segundo emprego e, a médio prazo, deverá atingir todo o estado do Rio de Janeiro e outros serviços, além da SuperVia. No Proeis, o policial estará “fardado, armado e equipado pela corporação”, segundo a Secretaria.
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