A Paraíba registrou aumento de 65,58% no diagnóstico de
catarata, no ano passado, em relação a 2010. O número saltou de 6.328 para
10.478 casos. Só nos 3 primeiros meses de 2012, a patologia já foi identificada
em 1.992 pessoas. A doença, que acomete principalmente idosos a partir de 60
anos, causa opacidade aos olhos e pode levar à cegueira total. A cura só ocorre
após realização de cirurgia, que está disponível pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
Para o representante da Sociedade Brasileira de Oftalmologia
e ex-presidente da Sociedade Paraibana de Oftalmologia, Ivandemberg Veloso
Lima, os números não mostram aumento de novos casos, mas, sim, a expansão do
tratamento.
Ele explica que catarata é um problema que ocorre, naturalmente,
na maioria das pessoas que alcançam os 60 anos de idade. É uma espécie de
película criada pelo organismo para cobrir o globo ocular. A finalidade é
proteger os olhos e evitar a agressão causada pela cor azul, proveniente da
radiação solar, nos idosos.
Inicialmente, o corpo cria uma opacidade que barra apenas a
tonalidade azul, mas, em algumas pessoas, essa proteção aumenta e inibe também
a atuação de outras cores. Ela provoca embaçamento visual progressivo e pode
evoluir até para a cegueira total, caso não seja iniciado o tratamento. Apesar
de acometer principalmente idosos, a doença pode ser causada por outras razões,
como traumatismo, diabetes e uso de alguns tipos de medicamentos.
A cura totalmente só chega após a realização de cirurgia. E é
exatamente nesse ponto onde residia o problema, na Paraíba.
Segundo o médico, até 2011, havia no Estado uma grande
dificuldade para os pacientes obterem a cirurgia. O motivo era questão
financeira. Apesar de ser coberta pelo SUS, o governo federal não estava
liberando os recursos para pagar pelas cirurgias, que são caras e inacessíveis
para pacientes carentes.
“Por isso, havia muita cirurgia represada. Isso começou a
melhorar a partir de 2011, quando as despesas começaram a ser pagas e os
médicos passaram a fazer os procedimentos e até a salvar vidas”, conta.
De acordo com o oftalmologista, 90% dos pacientes só ficam
curados, de fato, após realização de cirurgia, que é muito simples. “Ela é
feita com uso de laser, sem anestesia e dura apenas 15 minutos”, explica o
especialista.
O procedimento está disponível na rede pública de saúde.
Para ter acesso, é necessário que o paciente procure uma unidade do Programa de
Saúde na Família (PSF). Após ser analisado pela equipe do serviço, ele é
encaminhado para um oftalmologista, que solicita exames e agenda a operação. “A
cirurgia é segura, eficiente e rápida e permite até que as pessoas deixem de
usar óculos”, detalha Ivandemberg.
JP Online
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