terça-feira, 1 de maio de 2012

ONG faz mapa interativo com mais de 180 instituições com sistema de cotas


A ONG Educafro lançou, nesta terça-feira (1º), a edição mais atualizada de seu mapa interativo de ações afirmativas nas instituições de ensino superior no Brasil (veja aqui). De acordo com o levantamento feito pela entidade, que é reformulado periodicamente junto às próprias instituições, mais de 180 universidades estaduais e federais, além de faculdades e institutos de ensino tecnológico, oferecem algum tipo de política de ação afirmativa a candidatos que estudaram em escolas públicas ou são negros, indígenas ou mulheres.
Segundo o mapa, o estado com o maior número de instituições que aplicam algum tipo de cota ou bônus é São Paulo, com 56, a maioria parte das Faculdades de Tecnologia (Fatecs), do governo estadual.
Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais reúnem, respectivamente, 19, 18 e 14 instituições. No Nordeste, o estado com maior número de universidades ou institutos com sistema de cotas é a Bahia (são 9, no total).

Tendência de cotas regionais
O mapa permite que o candidato busque, por estado, a lista de instituições que oferecem algum tipo de política de ação afirmativa. O site mostra o ano de implantação da política e explica se ela se baseia em bônus na nota final ou em reserva de vagas especificamente para um determinado grupo.
De acordo com Frei David Santos, diretor-executivo da Educafro, o mapeamento é feito desde 2002, mas ele ganhou um formato interativo há três anos. O último levantamento, segundo ele, foi feito no final de 2010 e listou 129 instituições.
A versão lançada nesta terça-feira, segundo ele, mostra que 60 instituições optam por oferecer bônus na nota final para candidatos que estudaram em escola pública ou são negros. Outras 52 instituições combinam cota racial e social na forma de reserva de vagas. Ainda segundo Frei David, 55 instituições só têm cota social, e apenas 20 oferecem política de ação afirmativa só para estudantes negros.
O diretor da Educafro comemorou a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF) que, na semana passada, julgou pela constitucionalidade dos sistemas de cotas. "Com a bonita aprovação do STF, estamos percebendo que vai aumentar o número de instituições com políticas de ação afirmativa", afirmou ao G1.
Frei David disse ainda que a Educafro tem notado uma tendência de aumento das cotas regionais, principalmente por causa do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação. O novo formato tem aumentado a mobilidade de estudantes pelos estados brasileiros, mas muitos estudantes, depois de assegurar a vaga, conseguem transferência para outros estados e aumentam a defasagem em universidades do Norte e do Nordeste, principalmente em cursos mais concorridos, como medicina.
O diretor citou como exemplo a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), onde, segundo ele, mais de 70% dos candidatos aprovados neste ano vinham de outras unidades do Brasil. "O Sisu deve aumentar as vagas destinadas a estudantes da região", afirmou.
Ainda segundo Frei David, as instituições particulares não são incluídas no mapa porque todas as universidades e faculdades que aderem ao Programa Universidade Para Todos (Prouni), que dá bolsa integral ou parcial a estudantes de escola pública e baixa renda, precisam reservar vagas específicas para negros, na mesma porcentagem da população negra de seu estado, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). "Para saber quais instituições particulares oferecem cotas, basta ver o site do Prouni", disse.
g1

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