quarta-feira, 25 de julho de 2012

Corpo de policial militar é velado em cemitério de Valença, RJ


Primeira turma de policiais militares mulheres formada em 1982 (Foto: Marcelo Ahmed)Primeira turma de policiais militares mulheres formada em 1982 (Foto: Marcelo Ahmed)
Além de parentes e amigos, muitos policiais militares chegavam, por volta das 8h20 da manhã desta quarta-feira (25), ao velório da soldado Fabiana Aparecida de Souza, 30 anos, no cemitério Riachuelo, em Valença, no sul do estado do Rio. Fabiana morreu na noite de segunda-feira (23), após um ataque de criminosos contra a sede da UPP Nova Brasília, no conjunto de favelas do Alemão.
Segundo o coronel Rogério Seabra, comandante das Unidades de Polícia Pacificadora, está prevista a vinda de todos os comandantes das 25 UPPs do Rio ao enterro.
Entre os PMs que compareceram ao velório da soldado, está a primeira turma de mulheres policiais militares, formada em 1982. O grupo, formado pela capitã Dejair, pela subtenente Valéria Barbosa, subtenente Margarida e tenente Denise de Souza, é conhecido como Comissão das 36 mil, uma referência ao número de matrículas das policiais.
Segundo elas, essa foi a primeira vez que uma mulher morreu em combate. Já houve situações em que policiais teriam sido mortas fora de serviço, como em reação a assaltos, mas nunca em combate.
“Acho isso uma afronta, uma covardia tamanha. Embora a gente tenha consciência de que esse é o nosso trabalho”, subtenete Margarida. De acordo com a subtenente Valéria, todas as mulheres são muito orgulhosas da farda e mesmo 30 anos após ter ingressado na corporação, faria tudo novamente. O grupo se reformou no início deste ano, após cada uma completar 30 anos de serviço.
A rua onde fica localizado o cemitério Riachuelo foi fechada pela Guarda Municipal e a todo instante chegam carros de policiais militares. O cortejo está previsto para sair às 9h da capela mortuária e será acompanhado por parentes e amigos de Fabiana. No caminho será feita uma homenagem a soldado, com uma parada e uma salva de três tiros.

O coordenador das UPPs, coronel Rogério Seabra, disse, na manhã desta terça, que os coletes à prova de balas usados nas unidades não seguram tiro de fuzil. Segundo ele, os policiais das UPPs usam equipamentos adequados para ações cotidianas. Mas o oficial nega que ocorram mudanças no trabalho das UPPs daqui em diante.
Reforço no policiamento
O policiamento foi reforçado em todo o entorno do Alemão, na manhã desta terça. Circulam pelas principais vias da região patrulhas do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré). No interior da favela, homens do Bope vasculham ruas e becos atrás dos criminosos. Foram apreendidos um colete à prova de balas, cocaína, maconha e um artefato explosivo.


Homenagem
Seabra disse que não pretende aumentar o efetivo na UPP, que hoje tem 240 policiais. Segundo ele, os mais de 1.200 homens de todas as UPPs são mais que suficientes para o trabalho que têm de executar.

Ele aproveitou para prestar uma homenagem à soldado morta, falando da importância da presença feminina nas UPPs.
"Presto minha homenagem e agradeço o empenho e a importância do trabalho das policiais femininas, que representam 9% dos policiais da PM e 11% do efetivo das UPPs. O trabalho da soldado Fabiana não foi em vão. Vamos continuar trabalhando para levar cidadania e segurança às pessoas da comunidade", disse Seabra.
g1

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