domingo, 19 de agosto de 2012

Julian Assange está com 'espírito combativo', diz advogado


Julian Assange está com espírito "combativo", disse neste domingo (19) seu advogado, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, em frente à embaixada do Equador em Londres, onde o fundador do WikiLeaks está refugiado, e acrescentou que este último agradece ao presidente Rafael Correa, que lhe concedeu asilo.
Garzón declarou que encontrou Assange "com um estado de espírito combativo". "Agradece aos equatorianos e, particularmente, ao presidente Rafael Correa por ter concedido asilo a ele" e "pediu ao seu advogado que recorra à justiça para proteger os direitos do WikiLeaks, os seus e os de todas as pessoas que são alvo de uma investigação", minutos antes de, segundo está previsto, o próprio Assange fazer uma intervenção pública.
Julian Assange com seu advogado, Baltasar Garzón, neste domingo (19), na embaixada equatoriana, em Londres (Foto: AP Photo / Sean Dempsey, PA)
Equador é soberano
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse neste sábado (18) que o país é soberano e não se ajoelha diante de ninguém, se referindo à ameaça das autoridades do Reino Unido de que poderiam invadir a embaixada do país em Londres para deter o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange.

"Eles não sabem com quem falam", declarou o presidente, segundo discurso feito na cidade de Loja e publicado na página de notícias do governo do Equador, a "El Cuidadano".

Ele disse que é intolerável, inaceitável e grosseiro que o governo britânico creia que irá amedrontar ou acovardar o Equador. Correa se defendeu dizendo que o Reino Unido distorceu a lei equatoriana citada no comunicado para informar uma possível entrada na embaixada. Segundo o governante, a lei é para o caso de uma invasão terrorista, não situações como esta.

Visão 'inaceitável'
O chefe de governo da Suécia, Fredrik Reinfeldt, se indignou neste sábado (18) diante da imagem que o Equador passa do sistema judicial sueco, após a decisão de Quito de conceder asilo diplomático ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. "É naturalmente inaceitável", declarou o primeiro-ministro à agência de notícias sueca TT.

Durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira (16) em Quito, o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, anunciou que seu país concedia asilo diplomático a Assange, temendo principalmente que os direitos do acusado não sejam respeitados na Suécia, onde é acusado de agressões sexuais.
"Estou de acordo com o que o ministro das Relações Exteriores, Carl Bildt, disse", afirmou Reinfeldt, que fala em poucas ocasiões sobre temas internacionais.

Queda de braço
Na quarta-feira, o Equador informou que recebeu do governo britânico um documento que faz um alerta sobre a possibilidade das forças de segurança entrarem nas instalações de sua embaixada para prender e extraditar Assange, como requerido pela Suécia para responder a acusações de agressão sexual, que ele nega ter cometido.

Correa insistiu na denúncia, embora o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, tenha rejeitado essa versão, segundo a France Presse.
"Não há nenhuma ameaça de invasão de uma embaixada. Estamos falando de uma lei do Parlamento deste país, que reforça que as embaixadas devem ser utilizadas em plena conformidade com o direito internacional", disse o ministro na quinta-feira.
Em 19 de junho, Assange se refugiou na embaixada equatoriana em Londres e em 16 de agosto o Equador concedeu asilo diplomático.
Assange teme que ao chegar na Suécia seja extraditado para os Estados Unidos, onde é investigado por espionagem pela publicação de centenas de milhares de documentos secretos do Departamento de Estado.
O Equador convocou neste sábado seus aliados da ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) para uma reunião em Guayaquil para discutir as tensões com o Reino Unido.
Manifestantes pró-Assange demonstram seu apoio em frente ao prédio da embaixada equatoriana, em Londres, neste domingo (19) (Foto: Carl Court/AFP)Manifestantes pró-Assange demonstram seu apoio em frente ao prédio da embaixada equatoriana, em Londres, neste domingo (19) (Foto: Carl Court/AFP)

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