terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vândalo ajudou deficiente a sair de ônibus incendiado em SP


Um dos rapazes que colocaram fogo em um ônibus no bairro Lageado, na Zona Leste de São Paulo, na noite desta segunda-feira (20), ajudou o motorista a retirar uma funcionária pública de muletas do coletivo em chamas. Três pessoas ficaram feridas no ataque que aconteceu na Avenida Nordestina. O motorista seguia internado na manhã desta terça (21).
“Eu implorei: ‘Pelo amor de Deus, me tira daqui’. Quando falei isso, ele caiu em si. Foi quando o motorista me pegou de um lado e ele [o vândalo] de outro, e me jogaram para fora do ônibus”, disse a funcionária da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), de 33 anos, que usa muletas desde 2009 - ela pediu para não ser identificada. A mulher possui um déficit de força motora provocado por uma queda que lesionou a coluna.

Já do lado de fora do ônibus, o motorista ainda a ajudou a se afastar das chamas, que já estavam altas nesse momento. “A gente ficou inalando aquela fumaça até que um vizinho deixou a gente entrar”. A polícia foi chamada. Porém, os rapazes continuavam a jogar pedras contra o ônibus e os policiais. “Nós ficamos só ouvindo as pedradas no telhado”, afirmou.
A funcionária pública ia para o trabalho por volta das 22h quando um grupo de cerca de cinco rapazes entraram fazendo muito barulho no ônibus, segundo ela. “Pela agitação e por eles terem ido direto no motorista, pensei que era um assalto, parecia que era um arrastão. Só notei que eles iam colocar fogo no ônibus quando jogaram o combustível no chão. Eles atearam fogo bem ao meu lado”, contou a passageira que estava na parte da frente do coletivo. No boletim de ocorrência, consta que o ataque foi promovido por quatro homens.
Ela foi levada para o Hospital de São Mateus, também na Zona Leste, onde foi liberada no meio desta madrugada. Com a perna esquerda queimada, além dos dois braços, ela estava acamada nesta manhã e não conseguiu dormir por causa da intensa dor. “Os médicos colocaram medicamentos nas faixas e disseram que só vão saber a gravidade das queimaduras na sexta-feira (24), que é dia do meu retorno.”
“Graças a Deus, eu consegui sair. Eu não acho uma forma legal de reivindicar. É ruim para mim, para o cobrador, para o motorista, que estavam trabalhando. Mas é ruim também para a população que fica sem um ônibus.”
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o motorista de 31 anos seguia internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Carminio Caricchio na manhã desta terça-feira. Ele inalou muita fumaça e teve queimaduras nas mãos e na face. Seu quadro era considerado estável, sem previsão de alta. O cobrador foi atendido no setor de ortopedia do Hospital Geral de São Mateus e liberado na madrugada. Segunda a Secretaria de Estado da Saúde, ele teve queimaduras leves.
Os autores do ataque fugiram. Nesta manhã, investigadores faziam visitas na região em busca de pistas que ajudasse encontrar os suspeitos.
G1

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