terça-feira, 18 de setembro de 2012

Nota de falecimento e convite para sepultamento – Francisco das Chagas Xavier


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É com grande pesar que noticio a morte de meu próprio pai, Francisco das Chagas Xavier, mas conhecido, principalmente na cidade onde nasceu, Várzea-PB, como “Chico de Juvina”, ocorrida hoje, dia 17 de setembro de 2012.
Fazem justamente 2 meses, no dia 17 de julho que o mesmo havia tido uma parada cárdica de 28 minutos.
Como o mesmo morava a 150 metros do Hospital da Base Naval (Hospital onde eu, signatário desta nota, nasci), ao sentir-se mal, o mesmo se dirigiu até o hospital.
No momento de sua ida, em busca de socorro médico, ele ainda foi ajudado por duas moças que iam passando pela rua.
Durante o dia ele havia se queixado de um desconforto abdominal.
Ao chegar no hospital, teve a parada cardiorrespiratória.
Seu coração passou 28 minutos parado, momento pelo qual, os médicos já iniciaram todo o procedimento necessário de para reanimação.
Reanimado, como não havia leito de UTI livre no Hospital da Base, ele foi encaminhado para o Hospital do Coração (Hospital Particular), também em Natal.
Todos os custos do Hospital do Coração, foram custeados pela Marinha de Guerra do Brasil.
Meu pai era aposentado pela Marinha de Guerra do Brasil.
Há cerca de 30 dias, quando surgiu uma vaga no Hospital de Guarnição, ele foi transferido para o mesmo.
Trata-se de um hospital militar administrado pelo Exército.
Com aproximadamente 15 dias de internamento, na UTI, o mesmo abriu os olhos, um olhar perdido, sem conhecer ninguém, sem apresentar melhoras significativas, porém, estável, apesar de se encontrar na UTI.
Como foram 28 minutos de parada cardiorrespiratória, os médicos já haviam nos alertado sobre as sequelas que essa condição poderia causar no cérebro.
Havia aberto os olhos (um olhar morto, perdido), porém, sem reconhecer ninguém ou sem apresentar sinais mais significativos de melhoras, uma de uma recuperação, pelo menos, na questão neurológica.
Um Guerreiro
Mesmo assim, foi, como sempre na vida, um guerreiro, um Militar, Fuzileiro Naval da Marinha de Guerra do Brasil.
Morreu por 28 minutos e retornou a vida, ficou numa UTI apresentando, hora melhoras, hora uma estabilidade sem muitas esperanças de uma superação, de uma sobrevida mais prolongada.
Mesmo assim seu organismo permaneceu lutando, tentando sobreviver.
Cada bocejo, o abrir os olhos, o momento em que algumas máquinas puderam ser retiradas por ele apresentar uma certa estabilidade, nos davam uma, talvez, falsa esperança (sabíamos da gravidade), quem sabe, de continuar vivo, aqui em Santa Luzia, aos nossos cuidados, meus e de minha irmão (únicos filhos vivos de um total de sete).
Meus planos eram, de quando o mesmo tivesse alta hospitalar, mesmo sem conhecer ninguém, mesmo que em uma cama, traze-lo para cá, para junto de mim, para que eu mesmo pudesse cuidar dele pessoalmente.
Deus não quis assim e eu respeito a vontade de DEUS.
Meu filho mais novo, neto dele, ele não chegou a conhecer.
Já a neta, minha filha mais velha, ele conhecia.
Há muitos anos meus pais eram separados, porém, ele morava em Natal porque de fato gostava de morar lá.
Aquele Bairro, o Alecrim, é a cara dele, ele viveu toda sua juventude ali, na e próximo a Marinha.
Marinheiro velho, querido e respeitados por todos que ali moram, no Alecrim, em Natal-RN.
Quando o mesmo se aposentou, estava destacando no Rio de Janeiro-RJ. Retornou para Natal depois de aposentado.
Nasceu em Várzea-PB onde morou durante toda sua infância.
Para ele só existiam duas cidades que o mesmo se sentia em casa, Várzea na Paraíba e Natal no Rio Grande do Norte.
Teimoso (justifica-se o fato de eu também ser teimoso – talvez uma das maiores heranças que herdei de meu pai – a teimosia – considero as vezes até como uma virtude)
Lembro-me de quando ainda criança morava ali nos arredores da Base Naval, de ver meu pai chegando, fardado, da Marinha…
Lembro-me de quando morávamos na Vila Naval.
Lembro-me muito de meu pai… tempos bons aqueles…
São tantas as lembranças de meu pai, de minha infância…
Vá com Deus meu pai!!!!!
Velório e Sepultamento
O corpo está vindo, neste momento, para Santa Luzia-PB.
Deve chegar aqui lá pela madrugada.
O velório ocorrerá em minha casa, localizada na Rua Doze Irmãos, no Bairro Antônio Bento de Morais
O enterro ocorrerá amanhã, as 17h00 no cemitério local de Santa Luzia-PB.
Morre o Velho Marinheiro aos 72 anos de idade…
Obrigado a todos os amigos que entraram em contato!!!!!
Fonte: Henrique Melo – Rede Sertão PB

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