quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Seca, baixa procura por parte de empresários e pouco incentivo faz produtores desistir do plantio e procurar outra fonte de renda


Paraíba enfrenta queda de 85% na produção de algodão colorido  Imagem (Da Internet)
                       
O produto que mais impulsionou a agricultura paraibana no mercado nacional e internacional, o algodão colorido, tem enfrentado em 2012 um período preocupante. Segundo levantamento da Embrapa Algodão, detentora da tecnologia do algodão colorido e que fornece a semente geneticamente modificada para abastecer o mercado, o Estado deve colher apenas 15 toneladas este ano, cerca de 85 toneladas a menos em comparação ao ano anterior.  
Em 2012, o quilo do algodão colorido em ramas (com caroço) será comercializado ao valor de R$2.00, o mesmo obtido no ano passado, conforme relatado pela Cooperativa Agrícola Mista de Patos (Campal). Segundo informou o tesoureiro da cooperativa, Edmundo da Silva, a Campal recebeu apenas 7 mil quilos do algodão com caroço, e outros 13 mil do algodão branco, plantados na região de Lagoa, Pombal, Santana dos Garrotes e outros municípios circunvizinhos. "A seca prejudicou muito a produção e não deu pra lucrar o esperado. Muitos produtores perderam metade da colheita".
Além da seca, a pouca procura do produto entre empresários do setor, aliada a falta de assistência e incentivos econômicos faz com que os pequenos produtores que atuam no Sertão, migrem para outra fonte de renda, que pode ser o plantio de outras culturas, e, até mesmo a procura por emprego fora da Agricultura.
De acordo com Gilvan Ramos, pesquisador da Embrapa Algodão em Campina Grande, a queda da produção do algodão e a perda econômica é reflexo da insatisfação dos pequenos produtores, que não conseguem obter lucro satisfatório com o plantio. A baixa no preço do algodão colorido em 2011 refletiu na produção deste ano.
"Nenhuma família de agricultores consegue lucro se for produzir algodão colorido e vender a este preço. Eles estão encontrando no mercado outras atividades mais rentáveis. Construções civis em expansão é um dado concreto da economia. Muitos agricultores estão largando o campo para trabalhar como pedreiros e outras funções ligadas a construção. O Estado precisa observar esse dado". 
Com lucros abaixo do esperado, tem sido cada vez menor o número de famílias que aderem à produção. Por isso, com medo de arriscar e ter um saldo negativo, o produtor que decidiu plantar optou pela contratação prévia da colheita, com empresas que atuam em Campina Grande e João Pessoa.  
"Observamos que a cada ano a produção tem sido menor. Algumas empresas estão exportando, mas a quantidade é muito pequena. Esses agricultores familiares paraibanos que trabalhavam com algodão colorido normalmente não trabalham exclusivamente com algodão colorido. Eles plantam quando os empresários demandam. Na Embrapa, temos um interesse de discutir isso com o estado da Paraíba, para reunir os empresários para discutir a produção e o mercado comprador que existe", esclarece Gilvan Ramos.

Variedades e pesquisas
Atualmente o algodão colorido é produzido nas variedades de cores verde, marrom escuro e bege. O objetivo dos pesquisadores da Embrapa é lançar, nos próximos 3 anos, a variedade rosa e a longo prazo, por meio de outro processo mais demorado, a tonalidade azul. A espécie pode ser produzido em qualquer ponto do estado, de João Pessoa a Cajazeiras, mas os municípios sertanejos de Patos e Pombal concentram as maiores produções.
Fonte: http://www.clickpb.com.br

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