quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Polícia suspeita da tortura seguida de morte de jovem na PB, diz delegado


A Polícia Civil acredita que o adolescente desaparecido em Pocinhos, no Agreste paraibano, foi torturado até a morte. O corpo de Davi Santos Silva, 16 anos, foi encontrado carbonizado na tarde de segunda-feira (17) na zona rural de Pocinhos. Ele residia com a família em Montadas e estava desaparecido desde a última quinta-feira (13). Os parentes afirmam que o jovem teria sido torturado e morto por guardas municipais da cidade de Pocinhos, após ser abordado por agentes.
O delegado regional Marcos Paulo Vilela instaurou inquérito na Polícia Civil para apurar o caso. "Devido a imparcialidade necessária para apurar este caso, tomei a frente e designei um delegado especial para apurar a morte, Fernando Zoccola. Foi realizada a pericia no veículo da Guarda Municipal e aguardamos o resultado. Foram colhidos depoimentos de cinco pessoas, os adolescentes, o pai da vítima e um Guarda Municipal. Trabalhamos em tese com a hipotése de crime de tortura seguida de morte", afirmou Marcos Paulo.
Normando Cavalcante, chefe da Guarda Municipal e um dos principais suspeitos de ter cometido o crime, afirmou ao G1 que a abordagem foi normal e depois os jovens foram liberados. "Isso não tem fundamento. Abordamos porque existe suspeita de que eles vinham cometendo vários crimes na região. Como não tinham nada que os incriminasse, liberamos todos. Provavelmente ele tinha outros inimigos que aproveitaram a situação e nós ficamos com a culpa", disse.De acordo com a Polícia Militar de Pocinhos, o cadáver foi encontrado por uma equipe da Patrulha Rural no sítio Piquenique, sendo recolhido para perícia no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) de Campina Grande. Até as 10h (horário local) desta terça-feira (18), nenhum suspeito havia sido preso.
O pai de Davi, Juarez Francisco, afirmou que na quinta-feira passada seu filho e mais dois adolescentes, de 13 e 17 anos, seguiram a pé para a cidade de Pocinhos. Os dois afirmaram que perto de uma linha férrea eles foram abordados por guardas municipais de Pocinhos, que os acusaram de terem participado de um roubo. Horas depois, apenas os dois voltaram paraMontadas dizendo que tinham sido torturados.
“Quando fiquei sabendo que ele estava sendo torturado me dirigi imediatamente para a Guarda Municipal. Segundo os meninos, os guardas disseram que iam liberar os dois, mas que meu filho ia ficar mais um pouco para conversarem mais”, explicou Juarez.
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G1

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