segunda-feira, 22 de abril de 2013

Estudante nega agressão a motorista do ônibus que caiu de viaduto no Rio


7 mortos em queda de um ônibus na Av. Brasil  (Foto: Reprodução Globo News)Queda de ônibus na Avenida Brasil deixou oito mortos (Foto: Globo News/Reprodução)
O estudante universitário Rodrigo Freire, de 25 anos, um dos indiciados pelo acidente com um ônibus da linha 328 (Bananal-Castelo), que despencou de um viaduto no Rio matando oito pessoas, negou ter agredido fisicamente o motorista André Oliveira – também indiciado pela polícia. O jovem, no entato, confirmou a discussão, como mostrou o Fantástico, neste domingo (21).
Acusado de ter provocado o acidente, o estudante quebrou o silêncio e contou sua versão dos fatos. Ainda usando máscara cirúrgica depois de uma operação no maxilar, ele tentou explicar o que aconteceu no dia do acidente.
“Era a primeira aula naquela terça-feira e eu ia ter duas aulas novas. Então, pra mim é um começo novo, um recomeço, porque minha vida é toda voltada pra faculdade”, disse o estudante, que estava atrasado e perdeu o ponto onde deveria saltar, na Ilha do Fundão, onde fica a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Queda do ônibus (Foto: Editoria de Arte/G1)
Provocações
Rodrigo conta que foi provocado pelo motorista quando pediu para descer do ônibus. "O motorista me agrediu verbalmente desde o primeiro instante. Quando eu fui pra roleta e disse: amigo, eu ainda vou descer aqui. A resposta dele foi, esse momento eu me lembro bem, ele disse assim: bom, quem mandou você ir rebolando? Eu não estou aqui pra esperar não. Você que demorou. Da próxima vez não vai rebolando", disse.

O estudante pulou a roleta do ônibus, dando continuidade à discussão com o motorista. Na parte da frente do coletivo havia apenas uma passageira: Amanda Santana Silva, que voltava do trote do primeiro dia de aula na faculdade de Farmácia. Ela quebrou três vértebras e vai passar pelo menos três meses na cama.
Versões diferentes
A jovem conta outra versão para a briga. Segundo a estudante, o motorista parou no ponto seguinte e abriu a porta de trás, mas Rodrigo queria descer pela frente. O motorista se recusou a abrir a porta da frente, aumentando a tensão dentro do ônibus.

No entanto, Rodrigo Freire nega as agressões. "Certamente não dei chutes no rosto do motorista. Certamente não dei dois chutes. Se o motorista estivesse sentado, dirigindo, e uma pessoa chegar dar dois chutes na cara dele isso é um ato de covardia. Eu não sou uma pessoa covarde", disse."Partiram do motorista as palavras agressivas. Partiu do motorista 'chamar pra mão'. Dirigindo com uma mão só, gesticulando, e agredindo o garoto, só que verbalmente. Acho que a partir do momento que o ônibus subiu no viaduto, que ele viu que realmente ia ficar muito difícil retornar pra onde ele queria descer, ele agrediu o motorista naquela hora. Deu quatro chutes no motorista", conta Amanda, acrescentando que todos foram no rosto.
Motorista André e Rodrigo, passageiro que o agrediu, segundo testemunhas (Foto: Reprodução / TV Globo)
Motorista não lembra
O motorista André Oliveira não lembra do que aconteceu, por isso, não quis dar entrevista. “Ele foi agredido covardemente no volante. Não há nada que justifique alguém que está lá na porta traseira, pra descer, pular a roleta. Só a atitude de pular a roleta, ir na frente discutir com o motorista, ele está agindo com irresponsabilidade”, disse o Sindicato dos Cobradores e Motoristas de Ônibus do Rio de Janeiro, responsável pela defesa de André.

Rodrigo Freire e André Oliveira foramindiciados por homicídio doloso – quando há intenção de matar. "Apesar de eles não quererem o resultado, eles assumiram o risco de produzir esse resultado, essa tragédia", afirmou o delegado José Pedro da Costa Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), responsável pelo caso.
Os dois podem pegar de 12 a 30 anos de pena por cada morte.
Entenda o caso
No dia 2 de abril, o motorista do ônibus da linha 328 (Bananal-Castelo) perdeu o controle do veículo que despencou do viaduto Brigadeiro Trompowski, caindo de uma altura de 10 metros na Avenida Brasil – uma das principais vias expressas do Rio. Oito pessoas morreram e dez ficaram feridas no acidente.

G1

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