domingo, 28 de abril de 2013

Números alarmantes: 732 paraibanas entre 10 e 19 anos abortaram em 2012


O número é considerado alto e uma ameaça à saúde da mulher
Os adolescentes estão iniciando a vida sexual cada vez mais cedo e, muitas vezes, sem a devida orientação. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES), no ano passado, 732 atendimentos médicos relativos a abortos, espontâneos ou provocados, foram feitos em jovens na faixa entre 10 e 19 anos. Além disso, as meninas e meninos se expõem a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Em João Pessoa, alunos de 144 das 216 escolas municipais e estaduais, recebem o apoio do Programa Saúde na Escola, do Ministério da Saúde (MS) e são orientados a prevenir a gravidez e DSTs, mas ainda falta informação, nas escola e em casa.

O diretor do Centro de Testagem e Aconselhamento de DST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Roberto Maia, destacou que os estudantes participam de oficinas sobre sexualidade, saúde reprodutiva e gênero, uma vez por mês. Além dos alunos, os professores também são capacitados e orientados como abordar o assunto dentro da sala de aula. 

“Os familiares também são chamados a participar, mas poucos aparecem. A gente tenta mobilizar esse diálogo dentro de casa com os filhos”, afirmou.

Ainda de acordo com Roberto Maia, uma cartilha educativa é distribuída com os estudantes entre 13 e 20 anos. Ele destacou também que os principais questionamentos como usar o preservativo, as práticas sexuais, os riscos de cada uma delas, se a mulher tem maior risco do que o homem de ter Aids e conhecimento do corpo. “Alguns não conhecem o corpo e acabam achando que é errado se tocar”, comentou, destacando que 500 mil camisinhas são distribuídas por mês em unidades de ensino e também em Unidades de Saúde da Família (USF).

Abortos 

No ano passado, as unidades de saúde do Estado realizaram 4.156 atendimentos médicos relativos a aborto (que podem ter sido espontâneos ou provocados). Desse total, 732 foram na faixa entre 10 e 19 anos, se tornando assim, o terceiro lugar.  

Na semana passada, o Ministério da Saúde publicou um protocolo para agilizar a distribuição da pílula do dia seguinte. Com isso, passa a ser desnecessária a apresentação da receita para obter o medicamento.

Diálogo com os filhos

A dentista Karla Torreão tem dois filhos adolescentes, sendo um menino de 11 anos e uma menina de 13 anos. Ela contou que os filhos geralmente não tocam no assunto, mas quando perguntam, ocorre o diálogo. “Acho que tem uma determinada idade, dependendo da maturidade, que se deve abordar com mais frequência”, afirmou, destacando que a escola também tem um papel importante no debate desse assunto. 

A empresária Iramaia Soares tem três filhos (dois meninos de 5 anos e uma adolescente de 13 anos) e disse que ainda não conversou com a filha sobre DSTs e gravidez. “Ainda não conversei com ela sobre esse assunto. Ela também não perguntou nada. Apesar de ter 13 anos, ela ainda é uma menina. Usa roupas de crianças e mesmo com as amigas da mesma idade tendo namorados, ela nunca questionou sobre o assunto”, revelou. A estudante Beatriz Melo, 16, contou que recebeu orientações dos pais e da escola de como prevenir a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. “A melhor forma de se prevenir é usando a camisinha porque não corre o risco de ficar grávida e nem de ficar doente”, afirmou, destacando que geralmente conversa sobre namoro com o pai por ter mais diálogo. 

Caio Marques, 16, disse que desde os 13 anos, a mãe passou as orientações, mas acha importante que a escola faça um debate amplo sobre o assunto. Ele disse que está consciente de como se prevenir, mas muitos amigos não estão. “Alguns já tiveram filhos. Eu acho importante a camisinha porque ninguém quer acabar com a vida, tendo um filho novo e nem ter uma doença”, afirmou.

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