segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Polícia do DF faz operação para desmontar rede de prostituição

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta segunda-feira (2) uma operação para desmontar uma rede de prostituição que atua no Distrito Federal. Até a publicação desta reportagem, nove pessoas haviam sido detidas; um homem estava foragido. Entre os presos está a mulher suspeita de chefiar o esquema, Jeany Mary Corner, que ficou ficou conhecida quando o nome dela foi citado durante as investigações da CPI dos Correios, em 2003.
Na época, Jeany foi apontada como agenciadora de garotas de programa de luxo que prestavam serviço para políticos em Brasília. Ela negou envolvimento e disse que trabalhava como promotora de eventos.
Na casa das suspeitas de chefiar o esquema foram apreendidos R$ 17 mil  e uma caixa de joias. A operação apreendeu ainda computadores e 24 veículos de luxo.
Um policial militar do DF suspeito de participar do esquema também está entre os presos. Durante o cumprimento dos mandados de prisão, a polícia encontrou na casa do PM, na Asa Norte, substâncias proibidas, como anabolizantes.Conforme a polícia, o esquema aliciava mulheres e homens em todo o país e oferecia o serviço em vários sites. Cada membro do grupo exercia atividades diferentes: transporte das garotas, compra de passagens, sublocação de apartamentos. Parte da quadrilha era responsável por administrar sites com as fotos das garotas para agenciamento. Ainda segundo a polícia, com o dinheiro da prostituição, essas pessoas levavam uma vida de alto padrão.
A prisão dele foi convertida em flagrante pela venda clandestina de anabolizantes e ele pode pegar de 10 a 15 anos de prisão. O PM é lotado no Batalhão da Papuda, segundo a polícia.
O suspeito considerado foragido é responsável pela manutenção de um dos sites com fotos das garotas, indica a investigação.
Investigação
A titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Ana Cristina Melo Santiago, contou que a investigação começou depois que várias garotas de programa procuraram a polícia relatando que  estavam sendo extorquidas e ameaçadas pelas chefes da quadrilha quando tentavam deixar a atividade.

Itens apreendidos pela Polícia Civil do DF em operação para desmontar uma rede de prostituição  (Foto: Isabella Formiga/G1)
“Elas diziam para as garotas: ‘se você sair eu vou contar para o seu marido, vou falar para a sua mãe’. Muitas delas continuavam mantendo [a atividade] de forma totalmente sigilosa, sem a família saber. Foi isso que nos chamou a atenção”, disse a delegada.
“Juntamos as situações e começamos a investigar, em junho, começando com a Copa das Confederações. A gente atestou que realmente existe uma rede bem organizada, bem articulada, que explora e vive da manutenção da exploração da prostituição”, disse a delegada.
Duas garotas de programa receberam R$ 10 mil para passar um fim de semana na Paraíba com clientes. As aliciadoras recebiam parte desse dinheiro, mas a delegada não soube informar a quantia.  “Depende da garota, do programa, elas não tinham uma tabela fixa.”De acordo com a Deam, as chefes do esquema mantinham uma agenda de clientes bem farta. A partir dessa agenda, programavam encontros e combinavam preços, valores e comissões que receberiam pelo serviço.
“Existem várias atividades que, isoladamente, são lícitas, mas que, durante a investigação, verificamos que fazem parte do esquema de exploração, dentre elas sublocação de imóveis”, falou a delegada. Uma das chefes do esquema pagava R$ 1,2 mil em um apartamento no Sudoeste e sublocava por R$ 600 por semana, exemplificou a titular da Deam.
O grupo vai ser indiciado por formação de quadrilha, rufianismo – ato de tirar proveito da prostituição alheia –, casa de prostituição, favorecimento à prostituição, tráfico interno de pessoas e associação criminosa. A delegada informou que os suspeitos vão passar cinco dias detidos nos presídios da Colméia e da Papuda durante a fase de coleta de provas.
G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...