quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

DHPP investiga se locais das mortes foram alterados após execuções

Delegados do DHPP chegam ao complexo da Polícia Civil em Campinas (Foto: Marcello Carvalho/G1)
A Polícia Civil investiga a possibilidade de alterações nos locais onde foram encontrados os 12 corpos dos homicídios em série registrados em Campinas (SP) entre a noite de domingo (12) e a madrugada de segunda-feira (13) nas regiões Oeste e Sudoeste da cidade. A informação é da diretora do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Elisabete Sato.
A diretora disse ainda que estão sendo confrontados os projéteis encontrados nos corpos com os estojos de munições apreendidos  onde as vítimas morreram. “Tem muita coisa para ser feita. O mais importante é que já temos uma visão global do que aconteceu”, explica Elisabete Sato. A policial disse acreditar que até sexta-feira (17) será divulgada a linha principal de investigação dos homicídios em série. As hipóteses apresentadas até agora são: vingança pela morte de um policial militar no domingo  ou conflito entre quadrilhas rivais.
Munição apreendida em local de homicídios em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)
Depoimentos GMs
Elisabete Sato confirmou ainda que entre os depoimentos previstos para esta quarta-feira estão de quatro guardas municipais.  Foram convocados os agentes que atenderam as ocorrências entre domingo e segunda-feira. Até as gravações das chamadas da população foram solicitadas.  O DHPP quer saber ainda se houve demora no atendimento das ocorrências.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Segurança confirmou a ida dos gms, mas não soube informar se eles compareceram ao DP, pois estão em folga.
Depoimentos de policiais militares
Policiais militares que trabalharam nos bairros na noite das mortes também serão convocados a depor. Uma agenda está sendo organizada.

Depoimentos gerais
O delegado seccional interino de Campinas (SP), José Carlos Fernandes, confirmou que 15 pessoas vão depor nesta quarta-feira (15) no inquérito sobre os 12 homicídios em série registrados .

Os primeiros a chegar ao complexo da Polícia Civil, na Avenida Andrade Neves, foram dois vizinhos de Sadrack Santana Galvão, de 25 anos. Ele foi primeiro a morrer nos homicídios múltiplos. A vítima foi atingida às 20h30 de domingo no Residencial Sirius, no Parque Cosmos.
Sem se identificar, os vizinhos disseram acreditar que o jovem possa ter sido vítima de acerto de contas, sendo um caso isolado em relação aos demais 11 mortos. O bairro em que ele foi morto fica na região do Campo Grande, enquanto que as outras vítimas moravam na região do Ouro Verde. Na investigação sobre as mortes, a polícia trabalha com as hipóteses de vingança pela morte de um policial no domingo, também na região do Ouro Verde, ou acerto de contas entre quadrilhas rivais. Os assassinatos foram cometidos com pistolas 380 e 9 milímetros.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira (Foto: Reprodução / EPTV)
Contundente
Após a Polícia Civil ouviu 12 testemunhas na terça-feira (14) sobre os 12 assassinatos. A diretora do DHPP afirmou que as primeiras oitivas "trouxeram fato novo" às apurações e que já há uma linha de investigação "contundente". O conteúdo dos depoimentos não foi revelado. "A partir dos depoimentos de hoje, já há uma linha de investigação contundente. É possível que até sexta-feira a gente tenha condições de divulgar", disse.


A possibilidade de participação de policiais na sequência de homicídios foi reforçada pelo ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves. Ele foi ao velório de vítimas para ouvir familiares nesta terça-feira (14) e disse de a cada dez pessoas que falam sobre o caso, nove citam a participação de integrantes da corporação nos crimes.

Secretário defende PM
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP), Fernando Grella Vieira, esteve na cidade nesta terça-feira e evitou associar policiais militares às chacinas. Contudo, ele admitiu a possibilidade de eventuais desvios dentro da corporação. O responsável pelo gabinete de Segurança também defendeu o "prestígio" da PM e disse que a equipe do DHPP ficará em Campinas até o caso ser solucionado.

Procurada pelo G1, a assessoria da PM não confirmou se recebeu o pedido. "A Polícia Militar esclarece que as informações solicitadas pela reportagem são pertinentes à investigação e, no caso, dizem respeito ao serviço realizado pela Polícia Civil" diz o texto.
Assassinatos em série
As mortes ocorreram em um espaço de cinco horas. A primeira foi às 20h30, no Residencial Cosmos. A oito quilômetros de distância, às 23h20, quatro pessoas foram mortas na primeira chacina, no bairro Recanto do Sol, uma delas menor de idade. Dez minutos depois, mais uma morte, agora no Parque Universitário. Às 23h40, o grupo fez cinco vítimas em um único bairro, na segunda chacina da série, no Vida Nova. A última morte aconteceu, a 3,5 km dali, a 1h48 da madrugada no Jardim Vista Alegre.
 G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...