terça-feira, 11 de março de 2014

Agentes impedem entrada de 14 caminhões com detentos em presídio

Agentes penitenciários em greve barraram na manhã desta terça-feira (11) a entrada e saída de caminhões e um ônibus com detentos que seriam tranferidos das penitenciárias de Martinópolis, onde 14 caminhões tentaram entrar, e Presidente Prudente, onde os servidores colocaram uma tubulação de concreto para impedir que um veículo com presos saísse.
Os veículos permaneceram lacrados, parados na rodovia que dá acesso aos presídios e, segundo o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), não é possível contabilizar o total de presos que estavam nos veículos.
A informação dos agentes é que 42 detentos estavam no ônibus que tentava entrar em Martinópolis. Segundo a categoria, o presídio faz parte da rota de transporte de presos e são homens que estão vindo de outros presídios, indo para julgamento ou fazem parte da transferência estabelecida. Por volta das 10h30, os veículos deixaram o presídio e, conforme a Polícia Militar, algumas adequações foram definidas no local e as transferência de presos seguiu normalmente, após a saída de um veículo da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) deixar o presídio com oito presos.
Tubulação foi colocada após negociação com a direção do presídio, segundo sindicalista (Foto: Alex Brandão/Arquivo Pessoal)
Já em Presidente Prudente, cujo presídio fica no distrito de Montalvão, o agente e sindicalista Alex Brandão informou por telefone que o tubo foi colocado após negociação com o diretor do presídio. “Nós chegamos a um consenso, por que, a princípio, faríamos uma parede humana para realizar o bloqueio. Mas para evitar confrontos, colocamos o concreto e ninguém sai ou entra da unidade”.
Ainda segundo ele, por volta do meio-dia alguns presos costumam sair para prestar serviços no Fórum, mas que devido à paralisação isso não ocorrerá. “Não está autorizada a saída de ninguém. Hoje continuaremos a manter os portões bloqueados e, dependendo do que for discutido, voltaremos as atividades; do contrário, a greve continuará”, falou.
De acordo com o Sindasp, a intenção é pressionar o Governo Estadual para conseguir melhorias nas  condições de trabalho, como reajuste salarial referentes às perdas entre os anos de 2007 e 2012 e redução das classes da categoria, de oito para seis, que é o plano de carreira de acordo com os anos de trabalho.
Em Martinópolis, veículos ficaram parados às margens da rodovia (Foto: Reprodução/TV Fronteira)
“Nós queremos também que haja a construção de mais unidades prisionais, porque várias estão com superlotação e temos poucos funcionários. Em Martinópolis, a cadeia foi construída com capacidade para 792 presos e 240 agentes, hoje estamos com 1.800 detentos para 114 efetivos. É preciso rever essas condições”, informou um agente que não quis se identificar por medo de represálias.
A greve começou na madrugada desta segunda-feira (10). Conforme o sindicato, dos 30 mil servidores, 16 mil aderiram ao movimento e das 158 unidades prisionais do Estado de São Paulo, 80 unidades estão com serviços paralisados, como visitas, por exemplo.
Segundo o Sindasp, a greve deve permanecer durante o toda a terça-feira. Uma reunião com o presidente do sindicato e representantes da Secretaria de Planejamento, Secretaria da Fazenda e Administração Penitenciária deve ocorrer à tarde no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, para apresentar a pauta e reivindicações.
Com a resposta obtida pelos representantes na reunião, 14 assembleias serão realizadas em todo Estado entre as 18h e 19h para apresentar o que foi decidido aos demais sindicalistas. Se as adequações forem aceitas pelos agentes, a greve deve ter fim nesta quarta-feira (12), do contrário a paralisação continua.
Por telefone, a assessoria de imprensa da SAP comunicou que não há informações sobre o protesto em frente ao presídio de Martinópolis, entretanto, não há risco à população pois os detentos permanecem nos veículos e são escoltados pela Polícia Militar, que garante a segurança no local.
G1

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