domingo, 2 de março de 2014

Atos de Putin são 'declaração de guerra' russa, diz governo da Ucrânia

O presidente ucraniano interino, Oleksander Turchinov, pediu "ações reais" dos líderes mundiais para ajudar seu país, que descreveu como "à beira do desastre", e disse que as ações do presidente Vladimir Putin equivalem a uma "declaração de guerra" contra a Ucrânia.
O discurso foi reforçado pelo premiê interino do país, Arseny Iatseniuk."Qualquer tentativa de atacar instalações militares é de fato uma agressão militar direta contra nosso país, e os militares russos e a liderança russa vão ser considerados responsáveis", disse.
"É o alerta vermelho. Não é uma ameaça, é, na verdade, uma declaração de guerra ao meu país", disse. "Nós pedimos para que o presidente Putin retire suas forças armadas e cumpra suas obrigações internacionais, assim como os acordos bilaterais e multilaterais entre a Rússia e a Ucrânia."
"Se o presidente russo quer ser o presidente que iniciou uma guerra entre dois países vizinhos e amigos, entre a Ucrânia e a Rússia, ele está perto de alcançar este objetivo. Estamos à beira do desastre", disse , falando em inglês durante um pronunciamento para a imprensa no Parlamento.
"A Rússia não tinha qualquer razão para invadir a Ucrânia e nós acreditamos que nossos parceiros, assim como toda a comunidade internacional, apoiarão a manutenção da integralidade do território ucraniano, e farão o possível para impedir este conflito militar provocado pela Rússia", afirmou.
 ReservistasA Ucrânia está convocando todos seus reservistas militares e vai garantir que as forças armadas estejam prontas para o combate "o mais rápido possível", disse a principal autoridade de segurança do país, um dia após o Senado russo dar aval a uma possível intervenção militar na região ucraniana da Crimeia.
Andriy Paruby, secretário do Conselho de Segurança, que agrupa as principais chefias de segurança e defesa da Ucrânia, disse que há uma ordem do Ministério de Relações Exteriores para buscar ajuda de EUA e Reino Unido para "garantir a segurança" do país em crise.
Instalações nucleares
Ao mesmo tempo, o Parlamento da Ucrânia pediu a presença de monitores internacionais no país e também ajuda para garantir a segurança de suas instalações nucleares.
Otan vê ameaça à paz europeia
O secretário-geral da Otan, general Anders Fogh Rasmussen, disse que a Rússia está "ameaçando a paz na Europa" com suas ações militares na Ucrânia, e deve imediatamente diminuir a tensão.
Fronteiras
O serviço russo de guarda de fronteira disse que cerca de 675 mil ucranianos entraram na Rússia entre janeiro e fevereiro e que há sinais de uma "catástrofe humanitária" na região, segundo a agência estatal russa Itar-Tass.
Crise política e econômica
A Ucrânia enfrenta uma grave crise política e econômica. A tensão separatista na região pró-russa da Crimeia aumentou após a destituição, no fim de semana passado, do presidente Viktor Yanukovich, alinhado com a Rússia, e acusado pelo Parlamento de "assassinatos em massa de civis" na repressão a protestos de rua pró-União Europeia que deixaram dezenas de mortos em Kiev.
O objetivo desta medida é "harantir a segurança e a integridade territorial da Ucrânia", após "a violação dos acordos bilaterais por parte da Rússia, em especial sobre a frota do Mar Negro".
"O ministério da Defesa deve organizar exercícios de treinamento com os reservistas dentro dos prazos estabelecidos pelo Estado Maior do exército", acrescentou, sem dar mais detalhes.
"Precisamos de um exército unido", disse.
Paruby afirmou que as forças armadas vão proteger instalações de segurança e de fornecimento de energia.

O parlamentar Hryhoriy Nemyria disse que o apelo dos legisladores se dirige aos signatários de um tratado nuclear de 1994 que garante a segurança nuclear ucraniana -e que inclui EUA, Reino Unido e Rússia.

"O que a Rússia está fazendo agora na Ucrânia viola os princípios da carta das Nações Unidas", disse em Bruxelas. "Ameaça a paz e a segurança na Europa."
Ele pediu que todas as partes continuem com os esforços para "sair dessa situação perigosa".

"Se o 'caos revolucionário' continuar na Ucrânia, centenas de milhares de refugiados vão entrar nas regiões russas fronteiriças", disse o serviço, segundo a Tass.
G1

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