domingo, 2 de março de 2014

Caso Rebeca passa da CEDH Paraíba para Comissão Nacional

Tereza Cristina, mãe de Rebeca Cristina (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
O Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB), em João Pessoa, remeteu, na quinta-feira (27), os documentos do caso Rebeca Cristina para a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH). Segundo o promotor de Justiça Marinho Mendes Machado, presidente da comissão, o que motivou o envio foi a falta de interesse da Polícia Civil do Estado em resolver o homicídio, que ainda não tem, sequer, um suspeito.
Ele acredita na existência de outros suspeitos e que poderiam ser, inclusive, da polícia. A Delegacia Geral de Polícia Civil afirma que as investigações não pararam e que não há indícios no inquérito de que havia policiais envolvidos no caso.
Marinho Mendes disse que os delegados eram afastados do caso pela Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds) sem justificativa quando começavam a ganhar intimidade com a investigação. "Isso demonstra o desinteresse da polícia na elucidação do caso e a comissão nacional tem o poder de investigação e de acionar as autoridades estaduais para elucidar esse crime”, afirmou o promotor.O Conselho Estadual já tentou solucionar o crime na Paraíba e sete delegados já teriam tentado elucidar o caso, de acordo com Marinho Mendes. Conforme o delegado geral adjunto da Polícia Civil da Paraíba, Isaías Gualberto, cinco delegados estiveram à frente das investigações, e não sete. Ele também afirma que os afastamentos teriam sido motivados por diversos fatores, a exemplo de licença médica.
O presidente da CEDH acrescentou que será marcada uma reunião com a Comissão Nacional dos Direitos Humanos em Brasília, onde estarão presentes membros do CEDH-PB, o deputado Luiz Couto, “que está nos dando apoio”, e a mãe de Rebeca. “Caso todas as vias no Brasil se esgotem sem que o caso seja esclarecido, recorreremos à comissão internacional, porque nós não vamos desistir”, ressaltou o Marinho Mendes.
Sobre a possibilidade de policiais envolvidos no crime, Marinho Mendes afirma “temos indícios, inclusive, no próprio inquérito, de mais de um suspeito. A polícia está errada quando procura um único suspeito, sabemos que pode ter alguém da polícia envolvido pelo fato de que o padastro dela é militar, porque ela estudava na escola militar e por ter acontecido quando ia para escola”, ponderou.
Ele ainda reforçou que levar o caso para a esfera nacional visa sensibilizar a polícia paraibana para outros casos que ainda estão sem solução. Para a mãe de Rebeca, Teresa Cristina, a esperança de que o autor do crime seja encontrado diminui com o passar do tempo e ela já desacradita na elucidação do caso.
“Eu estou me acabando. Espero por uma resposta que parece que nunca virá. Não peço nada, só quero que a polícia solucione o caso, para que a morte da minha amada filha não fique na impunidade. É preciso encontrar e punir quem tirou a vida da minha Rebeca”, apelou a mãe de Rebeca.
O crime
A estudante Rebeca Cristina, de 15 anos, foi violentada e assassinada em 11 de julho de 2011, no trajeto entre a casa da família e o Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira VIII. O corpo da estudante foi encontrado com diversos tiros em um matagal na Praia de Jacarapé, Litoral Sul da Paraíba, na tarde do mesmo dia do crime.

G1pb

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