terça-feira, 4 de março de 2014

'Operários do samba' conciliam trabalho com diversão na Sapucaí

O primeiro-tenente Diego Souza (o primeiro da esquerda para a direita) já trabalhou em sete carnavais na Sapucaí (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Nem todos que foram à Sapucaí estavam lá para curtir a folia. Trabalhadores em diversas funções, algumas que só existem no carnaval, se movimentaram para todo lado no Sambódromo para ajudar as escolas, atender ao público ou oferecer segurança aos foliões.

Na dispersão, onde as agremiações terminam o desfile, maqueiros, seguranças, policiais, jornalistas e integrantes das escolas se acotovelavam para escapar das manobras dos carros ou do tumulto causado pela saída de componentes -- com fantasias enormes que, muitas vezes, acabavam atingindo quem nada tinha a ver com o desfile.

Os "profissionais do samba" recebem salários variados. Por noite, uma auxiliar de limpeza faturou R$ 65. Seguranças ganharam R$ 150. Já um atendente de lanchonete embolsou R$ 100 por dia trabalhado.

Bathuel Macedo Gama, de 44 anos, era um dos 50 maqueiros distribuídos pelo Sambódromo. Segundo ele, ao menos 60 atendimentos foram feitos por dia a pessoas que ficaram desidratadas ou desmaiaram de fraqueza, por não se alimentarem direito antes da passagem da escola pela Avenida.

Mesmo com a correria, ele viu de relance alguns carros que passavam pela dispersão. “Tem que ver ao mesmo tempo que eu vigio. A gente consegue perceber a fantasia e a alegira das pessoas. Mas não dá pra apreciar com tanto detalhe."

Outra função essencial na dispersão foi a exercida por Marco Nogueira, responsável por operar um equipamento que ajuda a retirar os destaques que estão no alto dos carros alegóricos. Ele aproveitou os intervalos entre as escolas para marcar no chão o ângulo certo para colocar a máquina e, com isso, não oferecer risco a ninguém.
Cerca de 200 policiais militares monitoraram o público no Sambódromo, sendo 45 integrantes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio. Entre eles estava Diego Souza, primeiro-tenente, com “olhar de águia” na multidão para evitar qualquer tipo de confusão. Já são sete anos de Sapucaí – todos de carnavais não curtidos. Mas, segundo ele, o importante é “agradecer pelo trabalho”.

O número de pessoas contratadas para trabalhar no Sambódromo nos quatro dias de desfile (da série A e do Grupo Especial) não foi informado pela Liga Independente das Escolas de Samba doRio de Janeiro (Liesa).
G1

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