O montanhista cearense Rosier Alexandre teve a expedição para escalar o Everest cancelada depois que os sherpas iniciaram uma greve devido à avalanche que causou a morte de 16 pessoas. Um dos pedidos dos guias locais era o encerramento das expedições como protesto ao governo e respeito aos mortos. Segundo o alpinista, não há condições psicológicas para os sherpas de seu grupo continuarem a escalada e o clima de violência não diminuiu no acampamento de base.
Da equipe de Rosier, três pessoas morreram e duas estão hospitalizadas. De acordo com a esposa do montanhista, Rosier está na montanha de Lobuche e vai demorar pelo menos três dias para pegar um voo para Katmandu e, em seguida, retornar ao Brasil. O cearense espera chegar ao país no prazo de oito dias.
Uma delegação do governo nepalês iniciou negociações com os sherpas nesta quinta-feira (24) no acampamento base do Everest para atenuar a crise. As negociações ocorrem no momento em que três novas agências de alpinismo, entre elas a de Rosier, cancelaram suas expedições ao Everest por razões de segurança, mas também por medo da violência nos acampamentos de base.
Depois do fim das buscas aos mortos da avalanche, os sherpas pediram o fim da temporada das expedições na montanha e decidiram entram em greve. Os guias nepaleses pedem ao governo melhores condições de trabalho, assistência familiar em caso de morte.
Rosier Alexandre trabalhou como agricultor até os 15 anos, foi engraxate e vendedor de frutas. Tornou-se conhecido após ser o primeiro montanhista do Norte e Nordeste a escalar o Aconcágua, a maior montanha da terra, fora da Ásia.
Projeto
Rosier realizava a última etapa do projeto Sete Cumes, que consiste na escalada da maior montanha de cada continente. Rosier já chegou ao cume de seis continentes diferentes: América do Sul, África, Europa, Oceania, América do Norte e Antártida, além do maior vulcão da terra, o Ojos del Salado (6.893m). O Everest seria a etapa final, com seus 8.848 metros de altitude. O montanhista afirmou que pretende dar continuidade ao projeto e voltar ao Everest, mas ainda não tem data definida.
G1
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