quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Limpeza de fachada de prédio causa polêmica entre moradores em SP


Prédios que têm a fachada suja ou mal conservada podem ser multados em São Paulo. Uma lei municipal de 1988 diz que as fachadas dos condomínios deverão ser lavadas ou pintadas a cada cinco anos no mínimo. Entretanto, basta dar uma olhada nas ruas da cidade para ver que a lei não pegou. Isso é motivo de muita discussão também nos condomínios. Tem morador que acha que precisa dar um retoque na pintura. Outros não querem saber de reforma nenhuma.
Um edifício que fica na Lapa, Zona Oeste, foi construído no começo dos anos 60 - época em que era chique revestir a fachada com pastilhas. Cinquenta anos se passaram e o bonito ficou decadente. "Devido aos grandes valores para orçamento, a fachada nunca teve reforma”, diz o subsíndico do prédio Leopoldo Maccheroni.
Ele tentou aprovar na assembleia do condomínio o orçamento para a reforma da fachada.
Nada feito. "Eu achei que o valor estava muito alto e eu não tinha condições para pagar", comenta o aposentado Antônio Mazzetto.
O subsíndico não desistiu. Correu atrás do dinheiro e encontrou a solução sem mexer no bolso de ninguém: alugou o espaço no alto do prédio para empresas de telefonia instalarem antenas. São R$ 4 mil que entram na conta e vão servir para pagar as prestações.
"Está em andamento, há quase 30 dias, com previsão de mais quatro meses. Mas tenho certeza que o condomínio terá uma outra fachada, uma outra representação, e uma outra vista para a região", completa o subsíndico.
Damaris de Oliveira, dona de casa, sempre foi a favor da reforma. Ela adora ver a casa bem arrumada, e agora só espera que a obra termine logo. “Vai dar vida nova, vai parecer um prédio de verdade, um prédio que tem moradores que gostam de tudo bonito.”
"São Paulo precisa muito de restauração de fachadas. Os prédios muitas vezes ficam muitos anos sem fazer nada. Isso gera infiltrações, depreciação do patrimônio e um trabalho bem feito valoriza um imóvel entre 10% e 30%”, explica Paulo Ramalho, diretor de uma empresa de reforma de fachadas.
É com isso que os moradores de Santo Amaro, na Zona Sul da capital, estão preocupados. A última pintura na fachada foi há sete anos. A economia saiu caro e tem muita gente no prejuízo. Em uma das paredes, basta passar a mão que a tinta sai aos pedaços. A massa envelhecida passa toda a umidade para os apartamentos. "Foi chovendo, a umidade foi aumentando e agora para janeiro e fevereiro, com a chuva de verão, aí começou a estufar, estufar”, diz a comerciante Silvana Cardoso. Ela precisa lavar a roupa guardada todo mês.
O síndico, Isaías Leite, conta que, na gestão passada, o outro síndico não havia conseguido a aprovação do projeto de pintura. Agora tem uma assembleia marcada e o administrador quer começar a pintar logo. “O condomínio vai ser valorizado, o condomínio vai ficar bonito. Os problemas que nós temos que são fissuras, rachaduras e infiltrações - e muitos moradores estão com problemas sérios - serão sanados.”
 

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