segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Juízes usam carro blindado e escolta devido à guerra entre famílias na PB


O Tribunal de Justiça da Paraíba começou a colocar em ação o plano de segurança para juízes do Sertão do estado que dizem ter recebido ameaças de morte depois que a Operação Laços de Sangue foi deflagrada. As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público apuram a autoria de 95 assassinatos de integrantes de famílias inimigas e já resultaram na prisão de cerca de 20 pessoas. O caso foi destaque no Fantástico deste domingo (11).
Na reportagem, delegados e três juízes das comarcas de Patos e Catolé do Rocha, onde foi feita a maioria das prisões, revelam a necessidade do esquema de proteção. “Só mesmo com esse aparato de segurança para que a gente tenha a tranquilidade necessária para se concentrar nos processos”, diz o juiz Fabrício Meira Macedo.
Juíza Hygina Bezerra, de Patos, anda armada em carro blindado e escoltado (Foto: Reprodução/TV Globo)Juíza Hygina Bezerra, de Patos, anda armada em
carro blindado e escoltado
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Escoltada, a juíza de Patos Higyna Bezerra está sempre acompanhada de uma arma pronta para uso. Em depoimentos à Polícia Civil, pessoas presas por suspeita de envolvimento nos crimes disseram que a morte da juíza teria sido encomendada por R$ 100 mil, a mando de uma das famílias investigadas. “Foi necessário mandar blindar o carro, porque não me sentia segura para andar mais em carro normal”, conta a juíza.
As ameaças de morte são confirmadas por um dos homens presos, Kléber do Nascimento Neres, conhecido como Kléber Chocolate. Segundo a Polícia Civil, ele seria pistoleiro e trabalharia a mando das famílias inimigas. “Os juízes correm risco de vida. E muito. Porque eles entraram em uma guerra que não tem nada a ver com eles", diz o indiciado à reportagem do Fantástico.
Para dar celeridade ao julgamento dos processos, os juízes estão fazendo um mutirão. “A gente tem que desenvolver o nosso trabalho com imparcialidade, com independência e sem deixar se intimidar”, alega o juiz Antônio Eimar de Lima.
O esquema de proteção às autoridades citadas como ameaçadas foi discutido em novembro pelo Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba. Na época, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Euler Chaves, declarou que as polícias Militar e Civil iriam agir em parceria com o Judiciário  “Já determinamos aos comandos do Batalhão e do Tribunal que estabelecessem reforços nas áreas, com policiamentos específicos e físicos nos fóruns, bem como o acompanhamento aos magistrados. Estamos oferecendo todo o apoio necessário para o exercício tranquilo da magistratura”, disse.

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