Mais de metade das crianças acha que visita poucas vezes os
avós e a maioria fica triste por estes não os irem buscar à escola e não
conhecerem os seus amigos. A conclusão é de um estudo feito num jardim de
infância de Alenquer.
«Gostava de ir vê-los mais vezes, porque gosto muito deles e
tenho saudades», conta uma das crianças entrevistadas para o mestrado em
Política Social de Cristina de Oliveira sobre as relações entre avós e netos, a
que a Lusa teve acesso.
Nas entrevistas aos meninos do jardim de infância da Santa
Casa da Misericórdia de Alenquer, houve uma queixa feita por mais de metade das
crianças (52,2%): visitam poucas vezes os avós e gostariam de os ver com mais
frequência.
Apenas três em cada dez crianças (30,4%) não recebem visitas
dos avós, mas todos apresentam justificações para tal acontecer: «O avô queria
vir, mas não sabe o caminho e depois pode perder-se», explica uma das crianças.
Os mais novos desculpam esta ausência com a distância física, a idade e a
incapacidade física: «Os avós são muito velhinhos e não sabem conduzir», conta
um outro.
Apenas uma em cada cinco crianças diz que os avós os vão
buscar à escola, de acordo com o estudo «Relações Intergeracionais: Um estudo
na área de Lisboa», da investigadora do Instituto Superior de Ciências Sociais
e Políticas.
Avós são vistos como queridos, simpáticos e bem dispostos
A maioria dos netos vê os avós como pessoas «queridas»
(30,4%), «simpáticas» (26,1%) e «bem dispostas» (17,4%). Já 13% caracteriza-as
como «velhos», mas de forma carinhosa: «A minha avó é muito velhinha, mas eu
gosto muito dela, é uma querida».
A atenção que os mais velhos lhes dedicam também não passa
despercebida a alguns: «Estão sempre connosco a perguntar se está tudo bem e se
quero comer ou beber um compal».
Nove em cada dez crianças convivem com os avós, mas existe
uma «diferença enorme» entre os que conseguem estar com todos os avós (26,1%) e
os que se encontram apenas com os vivem mais perto (65,2%).
Quando estão juntos, a maioria aproveita para brincar
(apenas 17,4% disse não brincar com os avós porque «têm sempre muito
trabalho»). Os jogos tradicionais, como as escondidas, apanhada, cabra-cega ou
macaca são os mais habituais. Mas há quem tenha brincadeiras normalmente
associadas a desenhos animados: «Brincamos às Winx¿s, eu faço de fada boa e a
minha avó é a minha irmã».
Nenhum dos inquiridos vive com os avós, mas a grande maioria
(82,6%) visita-os. Questionados sobre se gostariam de viver com os avós, 73,9%
das crianças foram unanimes: «Gostava muito, porque eles estão-me sempre a
perguntar se tenho fome e assim faziam bolos todos os dias», resume uma das
crianças.
FONTE: TVI24
Nenhum comentário:
Postar um comentário