quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Agentes penitenciários da PB param atividades nas unidades prisionais


Mobilização dos agentes penitenciários na Paraíba segue movimento nacional (Foto: Charles Mota)Mobilização dos agentes penitenciários segue
movimento nacional (Foto: Charles Mota/divulgação)
Os agentes penitenciários da Paraíba aderiram à paralisação nacional e também interromperam suas atividades nesta quarta-feira (30), em mobilização contra o veto da presidente Dilma Roussef, proibindo o porte de arma pela categoria fora do horário de serviço.  De acordo com Charles Mota, da Comissão de Paralisação, apenas 30% dos 2,1 mil agentes do quadro efetivo efetivo vão trabalhar durante o movimento, que termina às 8h da quinta-feira (31).

Por meia da assessoria de comunicação, o secretário da Administração Penitenciária (Seap) Walber Virgolino afirmou que a mobilização dos agentes não vai prejudicar o funcionamento das 80 unidades no Sistema Penitenciário estadual.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária da Paraíba, Manoel Leite, acrescentou que além da derrubar o veto de Dilma, a mobilização também visa chamar a atenção das autoridades e da sociedade para as  condições de serviço enfrentadas pela categoria. "Temos condições precárias de trabalho, usamos equipamentos de vistorias que deixam bastante a desejar", disse.“Nós arriscamos as nossas vidas todos os dias, impedimos que entrem coisas ilícitas nos presídios e sofremos ameaças constantemente. Por isso, queremos o porte de arma para defesa pessoal”, afirmou Charles Mota.
Breno Pessoa disse que ter direito ao porte de arma dá mais segurança aos agentes penitenciários. "É preciso que o governo entenda que o nosso trabalho não termina quando saímos do presídio ou da penitenciária. A arma serve para proteger também a nossa família. É bom lembrar que convivemos com pessoas perigosas todos os dias", disse.
Gilvaldécia Carvalho, agente penitenciária há oito meses, afirmou que ter uma arma durante o período em que não está trabalhando é uma questão de defesa pessoal. "Quando saímos do nosso trabalho, caso sejamos atacados por algum bandido, vamos nos defender com estilingue?" ironiza.
Cerca de sessenta agentes penitenciários participaram da mobilização, que se concentrou em frente ao Presídio Flósculo da Nóbrega - Roger. "Nós escolhemos o Roger por entendermos que o presídio representa o Sistema Penitenciário da Paraíba, inclusive as suas falhas", explicou Charles Mota, da Comissão de Mobilização.
A assessoria da Seap informou que os 30% do efetivo é suficiente para garantir a segurança dos presídios do estado, inclusive a normalidade do retorno dos apenados em regime semiaberto. Em casos de emergência, a Seap conta ainda com o Grupo Penitenciário de Operações Especiais (GPOE), além de policiais militares que fazem a segurança externa dos presídios. Com relação às visitas íntimas, Walber Virgolino afirmou que foram antecipadas. Em vez de acontecerem nesta quarta-feira (30), foram feitas na terça-feira (29).
Charles Mota informou ainda que só serão mantidos os serviços essenciais, como a alimentação dos apenados e casos de saúde considerados de urgência. Com a paralisação, estão suspensas as visitas íntimas, o banho de sol, além de assistências religiosa e jurídica, que dependem do apoio logístico dos agentes.
De acordo com a Comissão de Paralisação, são 400 apenados no regime semiaberto, só em João Pessoa, que saem às 6h e voltam no início da noite. “Os 30% do efetivo não têm condições de tomar conta de 400 homens. Hoje, podem estar nas ruas 400 pessoas, grande parte perigosa”, disse Charles Mota.
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G1pb

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